FRONTEIRAZ 33 Estética e romance: a profanação como procedimento
FRONTEIRAZ 33
ESTETICA E ROMANCE: A PROFANAÇÃO COMO PROCEDIMENTO
Editores convidados:
Prof. Dr. Elielson de Souza Figueiredo (Universidade do Estado do Pará)
Prof. Dr. Raphael Bessa Ferreira (Universidade do Estado do Pará)
Profa. Dra. Viviane Dantas Moraes (Universidade Federal do Maranhão)
Profa. Dra. Vera Bastazin (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)
Prazo de submissão de trabalhos: 10/05/2024
O romance brasileiro tem tomado para si a responsabilidade de dizer a violência, sobretudo a partir do século XX. Como narrar até que se possa fazer sentir os efeitos da violência? Como expor o leitor a uma sensibilidade tal que o faça responsivo/responsável diante das inquietações causadas por uma escrita profana? Como produzir afeto/efeito sobre aquele que lê? Essas são questões de estética que atravessam grande parte das realizações artísticas contemporâneas, cujo propósito não se limita à representação, mas alcança a responsabilidade. Ao dessacralizar as convencionais maneiras de narrar a violência, o romance tem promovido uma “profanação estética” que contraria o dispositivo da poética representativa. Seria possível narrar a violência como quem informa um acontecimento? Seria bastante ordenar fatos, compor o relato, como quem expõe uma verdade vestida de belas letras? O bem-dizer representativo é uma forma de interdito que o romance contemporâneo viola ao propor uma escrita que experimenta transgredir as convenções narrativas