Ler à luz da letra
análise grafemático-tipográfica de “MEMOS”, de Augusto de Campos
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2021i27p108-123Palavras-chave:
Escrita, Grafemática, Tipografia, Augusto de Campos, MEMOSResumo
Este trabalho propõe revisitar a obra do poeta Augusto de Campos à luz de novos desenvolvimentos teóricos dos estudos de linguagem voltados para o sistema da escrita, como as teorias da pontuação de Catach, a grafemática autônoma de Anis e os estudos tipográficos de Bringhurst e Lupton, entre outros. Analisamos o poema “MEMOS”, de 1976, produção que se apropria dos caracteres das folhas de tipos Letraset, recorrendo ao uso de diferentes famílias tipográficas para construir uma manifestação que explora as suas dimensões linguística, visual e espacial. Nosso objetivo foi o de entender quais novas e possíveis perspectivas de leitura um estudo pautado na Grafemática e na Tipografia poderia trazer à obra literária de Augusto de Campos. Tal leitura nos indicou que as escolhas tipográficas concretizam na visualidade da página a imagem de uma coleção de memórias e de momentos, o que o poeta chama de “instantes luz” em seus versos.
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