Tecendo memórias
reflexões sobre ausência e testemunho na poesia e na fotografia em tempos de ditadura
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i32p155-174Palabras clave:
Affonso Romano de Sant'Anna, Gustavo Germano, Literatura de testemunho, Ditadura civil-militar, Poesia e arte visualResumen
Com vistas a analisar a representação literária dos desaparecidos-mortos pela ditadura civil-militar no Brasil, que ocorreu entre 1964 e 1985, este artigo estabelece um diálogo entre o poema “Os desaparecidos” (1984), de Affonso Romano de Sant’anna, e fotografias da obra Ausenc’as (2012), do argentino Gustavo Germano. Este último produziu uma série de fotografias sobre famílias que tiveram membros desaparecidos tanto na ditadura argentina quanto na brasileira. Ao analisarmos as obras poéticas verbal e não verbal propostas neste trabalho, observamos que a poesia e outras formas de arte visual desempenham um papel crucial para a literatura de testemunho, possibilitando não apenas a expressão criativa das experiências pessoais, mas também a compreensão mais aprofundada da realidade vivida. A fundamentação teórica sustenta-se na reflexão de estudiosos do campo da “literatura de teor testemunhal”, como Márcio Seligmann-Silva (2008), Jaime Ginzburg (2017) e Wilberth Salgueiro (2021).
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