A crítica literária feminista e o insólito
uma análise da construção de protagonistas femininas na literatura brasileira contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2025i35p42-60Palavras-chave:
Literatura fantástica, Romance, Crítica literária, Autoria feminina, FeminismosResumo
O presente artigo propõe uma reflexão sobre as intersecções entre os elementos do insólito (Roas, 2014; Todorov, 1981; Trevisan, 2023), a Crítica Literária Feminista (Duarte, 1990; Gazolla, 1990; Trevisan; Zaratin; Faqueri, 2023) e os Estudos Comparados de Literatura (Coutinho, 2013). A análise parte do mapeamento de uma linhagem de autoria feminina na literatura contemporânea, especialmente a partir da segunda metade do século XX, cujas escritoras constroem protagonistas inseridas em universos ficcionais marcados pela misoginia e pela violência, tensionadas e ressignificadas pela presença do insólito. Busca-se, assim, evidenciar o diálogo entre essas produções e seus contextos histórico-sociais, observando de que modo os procedimentos estéticos da narrativa configuram uma vertente singular do insólito, reconhecida por alguns estudiosos como “insólito feminista”.
Referências
ARNÉS, L.; BORYSOW, V. Ficções lésbicas: ponto de vista e contingências. Revista Criação & Crítica, [S. l.], n. 20, p. 169, 2018. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/criacaoecritica/article/view/145408. Acesso em: 28 out. 2025.
BLAY, E. A. 50 Anos de Feminismo: Argentina, Brasil e Chile. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2017.
BOCCUTI, A. Modulaciones de lo insólito, subversión fantástica e ironía feminista: ¿una cuestión de género(s)? Orillas, [S. l.], v. 9, 2020. Disponível em: https://www.orillas.net/orillas/index.php/orillas/article/view/54. Acesso em: 28 out. 2025.
BONNICI, T. Teoria e Crítica Literária Feminista: Conceitos e tendências. Maringá: Eduem, 2007.
BRUSSIO, J. C.; MORAES, F. T. Literatura, Insólito Ficcional e Distopias. EDUEMA, 2024. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/385747392_Literatura_Insolito_Ficcional_e_Distopias. Acesso em: 28 out. 2025.
COUTINHO, E. F. Literatura Comparada: Reflexões. São Paulo: Annablume, 2013.
KNAPP, C. As formigas: uma leitura das representações insólitas nas narrativas de Lygia Fagundes Telles e Augusta Faro. Scripta Uniandrade, [S. l.], v. 18, n. 2, p. 224-242, 2020. Disponível em: https://revista.uniandrade.br/index.php/ScriptaUniandrade/article/view/1711. Acesso em: 4 dez. 2025.
DALCASTAGNÈ, R. A personagem do romance brasileiro contemporâneo: 1990-2004. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, [S. l.], v. 2005, n. 26, p. 13-71, 2005. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9077. Acesso em: 28 out. 2025.
DUARTE, C. L. Literatura Feminina e Crítica Literária. In: GAZOLLA, A. L. A. (org.). A mulher na Literatura v. I. Belo Horizonte: Imprensa da Universidade Federal de Minas Gerais, 1990. p. 224p.
FACCO, L.; CASTRO, M. I. de. Protagonistas lésbicas: a escrita de Cassandra Rios sob a censura dos anos de chumbo. Labrys Estudos Feministas, [S. l.], n. 6, p. 1-8, 2004. Disponível em: https://www.labrys.net.br/labrys6/lesb/bau.htm. Acesso em: 28 out. 2025.
GAZOLLA, A. L. A. A mulher na Literatura. Belo Horizonte: Imprensa da Universidade Federal de Minas Gerais, 1990.
GILBERT, S. M.; GUBAR, S. The Madwoman in the Attic: The Woman Writer and the Nineteenth-Century Literary Imagination. 2. ed. [s. l.], Yale University Press, 1980.
GILMAN, C. P. O papel de parede amarelo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2016.
HELENA, L. Perfis de mulher na ficção brasileira dos anos 80. In: GAZOLLA, A. L. A. (org.). A mulher na Literatura v. I. Belo Horizonte: Imprensa da Universidade Federal de Minas Gerais, 1990. p. 86-96.
LISPECTOR, C. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Record, 1998.
LISPECTOR, C. A Imitação da rosa. In: MOSER, B. (org.). Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016. p. 159-178.
LISPECTOR, C. Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.
MACEDO, A. G.; AMARAL, A. L. Dicionário da Crítica Feminista. Porto: Edições Afrontamento, 2005.
MATAGRANO, B. A.; TAVARES, E. Bruno Anselmi Matangrano e Enéias Tavares, Fantástico brasileiro — o insólito literário do romantismo ao fantasismo. Curitiba: Arte & Letra, 2018. v. 7
POLESSO, N. B. A extinção das abelhas. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
PORTINARI, D. O discurso da homossexualidade feminina. São Paulo: Brasiliense, 1989.
ROAS, D. A Ameaça do Fantástico. São Paulo: Unesp, 2014.
SILVEIRA, M. J. Maria Altamira. São Paulo: Instante, 2020.
SOUSA SANTOS, M. I. R.; AMARAL, A. L Sobre a Escrita Feminina. Oficina no 90, Coimbra, Centro de Estudos Sociais Coimbra, 1997. Disponível em: https://www.ces.uc.pt/publicacoes/oficina/ficheiros/90.pdf. Acesso em: 28 out. 2025.
TELES, M. A. de A. Breve história do feminismo no Brasil e outros ensaios. São Paulo: Editora Alameda, 2017.
TELLES, L. F. Antes do baile verde. São Paulo: Companhia das Letras, 2009a.
TELLES, L. F. Seminário dos Ratos. São Paulo: Companhia das Letras, 2009b.
TODOROV, T. Introdução à Literatura Fantástica. Trad. Maria Ondina Braga. São Paulo: Perspectiva, 1981.
TREVISAN, A. L.; AGUIAR, C. M. O insólito ficcional na literatura do final do século XX e no século XXI. Cadernos de Pós-Graduação em Letras, [S. l.], v. 23, n. 3, 2023.Disponível em: https://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgl/article/view/16808/12203. Acesso em 04 dez 2025.
TREVISAN, A. L.; CRESPO, R.; MATA, R. (org.). Olhares e Intercâmbios Latino-americanos. São Paulo: Líquido editorial e consultoria, 2022.
TREVISAN, A. L.; ZARATIN, D. A. P.; FAQUERI, R. de F. As escritoras latino-americanas e o insólito ficcional. Abusões, Rio de Janeiro, v. 21, n. 21, 2023. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/article/view/76644. Acesso em: 28 out. 2
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 FronteiraZ. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Este obra está licenciada com uma Licença 