Fricções entre o arquivo e a prática artística em Natureza Morta/Stilleben

Autores

  • Sylvia Beatriz Bezerra Furtado Universidade Federal do Ceará - UFC, Instituto de Cultura e Artes- Cinema e Audiovisual. PPGCom/UFC

Palavras-chave:

natureza morta/Stilleben, arquivo, formas fílmicas, Susana de Sousa Dias, Processo de criação

Resumo

Este artigo trata do processo de realização da obra fílmica instalada Natureza Morta/Stilleben (2010), da realizadora portuguesa Susana de Sousa Dias. Tem por método a explicitação dos procedimentos artísticos adotados em relação aos documentos, fotografias e filmes de propaganda do Estado Novo, produzidos durante os 48 anos da ditadura em Portugal e depositados nos arquivos da Polícia Internacional e de Defesa do Estado/Direção-Geral de Segurança (PIDE/DGS), a polícia política portuguesa. Ao analisar os procedimentos de composição da obra, apontamos para o lugar do arquivo como ativador de um presente, autoritário, que se faz sob um plano de tempos heterogêneos. 

Biografia do Autor

Sylvia Beatriz Bezerra Furtado, Universidade Federal do Ceará - UFC, Instituto de Cultura e Artes- Cinema e Audiovisual. PPGCom/UFC

Profa. Doutora/Pós-Doutorado (Instituto de Cultura e Arte/Cinema e Audiovisual) Employment

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Publicado

2023-11-15

Edição

Seção

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