Ser mãe e jornalista no Brasil

uma análise social e autoetnográfica

Autores

Palavras-chave:

Jornalismo, maternidade, desigualdade

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão sobre os desafios enfrentados por mães jornalistas no Brasil, a partir de uma perspectiva autoetnográfica, defendida por autores como Amanda Coffey. Como mãe e jornalista, a autora do artigo apresenta exemplos das dificuldades enfrentadas no seu cotidiano profissional. O estudo apoia-se também em dados de entidades como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que ilustram a disparidade de gênero no mercado de trabalho brasileiro, situação agravada durante a pandemia de Covid-19. Os dados são interpretados com base em pesquisadores que estudam o tema, como a vencedora do Prêmio Nobel Claudia Goldin. Propõe-se também uma dimensão historiográfica, ao relembrar histórias de mulheres do passado envolvidas com o jornalismo, que enfrentaram preconceito e a falta de apoio, como Prisciliana Duarte de Almeida e Gilka Machado.

Biografia do Autor

Cristine Gerk, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Cristine Gerk é jornalista, trabalha há 18 anos como editora de jornais do Rio de Janeiro. Doutora em Mídias e Mediações Socioculturais pela ECO/UFRJ

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Publicado

2025-12-24

Como Citar

Gerk, C. (2025). Ser mãe e jornalista no Brasil: uma análise social e autoetnográfica. GALÁxIA. Revista Interdisciplinar De Comunicação E Cultura, 50(1), e68568. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/galaxia/article/view/68568

Edição

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Artigos | Articles