Governos progressistas na América Latina (1990~2020): neoliberalismo, democracia e lawfare
DOI:
https://doi.org/10.23925/ls.v28i52.63150Palavras-chave:
Democracia, Neoliberalismo, primeira e segunda “onda rosa”, lawfare, Democracy, Neo-liberalism, first and second “pink waveResumo
Neste artigo, problematizamos os limites das democracias burguesas na América Latina, no final dos anos 1990, quando se começou a eleger governos progressistas que procuraram romper, em alguma medida, com o neoliberalismo. Este ciclo (primeira “onda rosa”) se estendeu até mais ou menos 2016 e deu início a uma “marola reversa” (golpes de Estado), sendo retomado (segunda “onda rosa”) a partir de 2020. O pano de fundo desta discussão é a análise da complexa relação entre o exercício da soberania popular por meio do voto e o imperialismo, cujos interesses estão representados na implementação de políticas neoliberais. A interdição de qualquer tipo de reforma é um dos principais motivos pelos quais vários governos progressistas foram derrubados, perseguidos, condenados e presos durante a primeira “onda” e um deles foi vitimado no início da segunda. Grosso modo, é o que se pretende abordar aqui.
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