Governos progressistas na América Latina (1990~2020): neoliberalismo, democracia e lawfare

Autores

  • Eliel Machado Universidade Estadual de Londrina

DOI:

https://doi.org/10.23925/ls.v28i52.63150

Palavras-chave:

Democracia, Neoliberalismo, primeira e segunda “onda rosa”, lawfare, Democracy, Neo-liberalism, first and second “pink wave

Resumo

Neste artigo, problematizamos os limites das democracias burguesas na América Latina, no final dos anos 1990, quando se começou a eleger governos progressistas que procuraram romper, em alguma medida, com o neoliberalismo. Este ciclo (primeira “onda rosa”) se estendeu até mais ou menos 2016 e deu início a uma “marola reversa” (golpes de Estado), sendo retomado (segunda “onda rosa”) a partir de 2020. O pano de fundo desta discussão é a análise da complexa relação entre o exercício da soberania popular por meio do voto e o imperialismo, cujos interesses estão representados na implementação de políticas neoliberais. A interdição de qualquer tipo de reforma é um dos principais motivos pelos quais vários governos progressistas foram derrubados, perseguidos, condenados e presos durante a primeira “onda” e um deles foi vitimado no início da segunda. Grosso modo, é o que se pretende abordar aqui.

Biografia do Autor

Eliel Machado, Universidade Estadual de Londrina

Doutor em Ciências Sociais. Professor de Ciência Política da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrira-PR, Brasil. Coordenador do Grupo de Estudos de Política da América Latina (Gepal) e pesquisador do Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais (Neils).

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Publicado

2024-06-30

Como Citar

Machado, E. (2024). Governos progressistas na América Latina (1990~2020): neoliberalismo, democracia e lawfare. Lutas Sociais, 28(52), 125–144. https://doi.org/10.23925/ls.v28i52.63150

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