Práticas do CAPS I e o desafio da desinstitucionalização
DOI:
https://doi.org/10.23925/2594-3871.2021v30i1p54-75Palavras-chave:
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), saúde mental, reforma psiquiátrica, desinstitucionalizaçãoResumo
No Brasil, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de saúde mental que visam, junto a outros dispositivos de atendimento da rede de atenção, garantir o cuidado de base comunitária para as pessoas em sofrimento psíquico. Este texto apresenta um relato de experiência de práticas implementadas por um CAPS I, entre 2011 e 2014, e reflete sobre elas à luz do processo de desinstitucionalização e da Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas brasileira. Tendo como base as práticas desenvolvidas no CAPS em questão, discutem-se: a noção de Projeto Terapêutico Singular, oferecendo uma proposta para guiar suas atualizações; as oficinas terapêuticas como possibilidade de concretizar espaços coletivos de cuidado; e, ações possíveis de serem desenvolvidas no território visando a consolidação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Assim, ao revisitar as práticas do CAPS, o texto aponta caminhos e dificuldades para que as mesmas possam tornar-se coerentes e eficazes ante ao desafio da desinstitucionalização.
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