A Dupla Jornada no imaginário de universitárias conforme a Psicologia Psicanalítica Concreta

Bruna Risquioto Batoni; Andréia de Almeida Schulte; Sueli Regina Gallo Belluzzo; Tânia Maria José Aiello-Vaisberg

doi:10.23925/2594-3871.2021v30i2p261-282

Authors

Bruna Risquioto Batoni Pontifícia Universidade Católica de Campinas https://orcid.org/0000-0002-3908-5916
Andréia de Almeida Schulte Michigan School of Psychology https://orcid.org/0000-0001-5082-1438
Sueli Regina Gallo Belluzzo Pontifícia Universidade Católica de Campinas https://orcid.org/0000-0003-0160-9152
Tânia Maria José Aiello-Vaisberg Pontifícia Universidade Católica de Campinas https://orcid.org/0000-0003-3894-1300

DOI:

https://doi.org/10.23925/2594-3871.2021v30i2p261-282

Keywords:

women, working women, collective imaginary, psychoanalysis-methodology

Abstract

This paper aims to investigate from a concrete psychoanalytical standpoint, the collective imaginary that female undergraduate students share in terms of working the double shift of having a career and a household to run. This is qualitative research based on the psychoanalytical method and is carried out via a collective psychological interview and Thematic Illustrated Story Procedure. The material allowed for the interpretation of an affective-emotional field named “My money, my comfort, my leisure”. The prevalence of this field does not allow for the imagination needed to value other life projects, such as having a personal and/or socially significant professional work and establishing a family. The overall framework demonstrates that the participants imagine that it is possible to escape from the double shift by avoiding financial dependency, one of the most important means of female oppression and cultivating positions to satisfy their own needs.

Metrics

Metrics Loading ...

Author Biographies

Bruna Risquioto Batoni, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Andréia de Almeida Schulte, Michigan School of Psychology

Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Doutoranda pela Michigan School of Psychology.

Sueli Regina Gallo Belluzzo, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Tânia Maria José Aiello-Vaisberg, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Professora Livre Docente pelo Instituto de Psicologia pela Universidade de São Paulo. Orientadora dos Programas de Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Coordenadora da “Ser E Fazer”: Oficinas Psicoterapêuticas de Criação do IPUSP.

References

Aiello-Vaisberg, T. M. J. (1999). Encontro com a loucura: transicionalidade e ensino de psicopatologia. (Tese de livre-docência, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP). Recuperado de https://teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/47/tde-24022006-090139/publico/Tania.pdf

Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2012). Paradoxo e loucura: a radicalidade do pensamento psicopatológico de Winnicott. In I. Sucar, & H. Ramos. Winnicott: ressonâncias (pp. 231-238). São Paulo, SP: Primavera Editorial.

Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2017). Estilo Clínico Ser e Fazer: Resposta Crítico-Propositiva a Despersonalização e Sofrimento Social. Boletim Academia Paulista de Psicologia, 37(92), 41-62.

Aiello-Vaisberg, T. M. J., Machado, M. C. L., Ayouch, T., Caron, R., & Beaune, D. (2009). Les récits transferenciels comme presentation du vécu clinique: une proposition méthodologique. In D. Beaune (Org.), Psychanalyse, Philosophie, Art: Dialogues (Vol. 1, pp. 39-52). Paris: L’Harmattan.

Arós, A. C. S. P. C., & Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2009). Clube da luta: sofrimentos radicais e sociedade contemporânea. Psicologia: Teoria e Prática, 11(2), 3-17.

Barros, S. C. V., & Mourão, L. (2018). Panorama da participação feminina na educação superior, no mercado de trabalho e na sociedade. Psicologia & Sociedade, 30, e174090, 1-11. doi: 10.1590/1807-0310/2018v30174090

Beltrão, K. I. (2002). Acesso à educação: diferenciais entre os sexos. Rio de Janeiro, RJ: IPEA.

Bernardi, B. L. (2017). Dialectics of transferential interpretation and analytic field. In S. M. Katz, R. Cassorla, & G. Civitarese (Orgs.), Advances in contemporary psychoanalytic field theory: concept and future development (pp. 31-44). New York: Routledge.

Bleger, J. (1980). Temas de psicologia: entrevista e grupos. São Paulo, SP: Martins Fontes. (Original publicado em 1979)

Bleger, J. (2007). Psicologia da conduta. Porto Alegre, RS: Artes Médicas. (Original publicado em 1963)

Bueskens, P. (2018). Modern motherhood and women’s dual identities: rewriting the sexual contract. Abingdon, Eng.: Routledge.

Favato, M. N., & Ruiz, M. J. F. (2018). REUNI: política para a democratização da educação superior? Revista Eletrônica de Educação, 12(2), 448-463. doi: 10.14244/198271992365

Federici, S. (2019). O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo, SP: Elefante.

Gonçalves, E. (2017). Solteira, sem filhos: menos que meia pessoa? Mediações (Londrina), 22(2), 479-509. doi: 10.5433/2176-6665.2017v22n2p479.

Greenberg, J. R., & Mitchell, S. A. (1994). Relações objetais na teoria psicanalítica. Porto Alegre, RS: Artes Médicas. (Original publicado em 1983)

Herrmann, F. (1991). O método da psicanálise. São Paulo, SP: Brasiliense. (Original publicado em 1979)

Hollway, W., & Jefferson, T. (2000). Doing qualitative research differently: free association narrative and the interview method. London: Sage Publications

INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. (2018). Mulheres são maioria na educação superior brasileira. Censo. 08 de março de 2018. Recuperado de http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/mulheres-sao-maioria-na-educacao-superior-brasileira/21206

Jacobus, A., Vitelli, R. F., & Fritsch, R. (2019). A produção de conhecimentos sobre Educação Superior no Brasil em artigos publicados entre 2008 e 2018. Revista Educação em Questão (Natal), 57(53), 1-26. doi: 10.21680/1981-1802.2019v57n53ID17114.

Laplanche, J., & Pontalis, J. B. (2001). Vocabulário da psicanálise. São Paulo, SP: Martins Fontes. (Original publicado em 1967)

Losada, B. L., & Rocha-Coutinho, M L. (2007). Redefinindo a atividade profissional feminina: caso das pequenas empresárias. Psicologia em Estudo (Maringá), 12(3), 493-502. doi: 10.1590/S1413-73722007000300006

Pessoa, M. L. S., & Borges, J. L. de J. (2018). Questões e tensões: alguns paradoxos do feminismo. Revista Katálysis, 21(3), 544-553. doi: 10.1590/1982-02592018v21n3p544

Plastino, C. (2012). A emergência espontânea do sentimento ético como tendência da natureza humana. Winnicott e-prints, 7(1), 80-113.

Politzer, G. (2004). Crítica dos fundamentos da psicologia: a psicologia e a psicanálise. Piracicaba, SP: Unimep. (Original publicado em 1928)

Queiroz, V. S., & Aragón, J. A. O. (2015). Alocação de tempo em trabalho pelas mulheres brasileiras. Estudos Econômicos (São Paulo), 45(4), 787-819. doi: 10.1590/0101-416145484vqj

Renault, E. (2010). A critical theory of social suffering. Critical Horizons, 11(2), 221-241. doi: 10.1558/crit.v11i2.221

Ricoldi, A., & Artes, A. (2016). Mulheres no ensino superior brasileiro: espaço garantido e novos desafios. Ex Aequo, 33, 149-161.

Rosa, D. C. J., Lima, D. M., Peres, R. S., & Santos, M. A. dos. (2019). O conceito de imaginário coletivo em sua acepção psicanalítica: uma revisão integrativa. Psicologia Clínica, 31(3), 577-595. doi: 10.33208/PC1980-5438v0031n03A09

Santos, S. S., & Oliveira, L. P. S. (2017). O direito ao desenvolvimento como uma ferramenta na promoção da igualdade entre gêneros no mercado de trabalho. Revista de Gênero, Sexualidade e Direito (Maranhão), 3(2), 43-61.

Soares, J. M. (2019). O lazer e o tempo do não trabalho no capitalismo: as ilusões do consumo. Licere (Belo Horizonte), 22(3), 603-622. doi: 10.35699/1981-3171.2019.15351

Sousa, L. P., & Guedes, D. R. (2016). A desigual divisão sexual do trabalho: um olhar sobre a última década. Estudos Avançados, 30(87), 123-139. doi: 10.1590/S0103-40142016.30870008

Stern, D. (2017). Emergent properties of the interpersonal field. In S. M. Katz, R. Cassorla, G. Civitarese (Orgs.), Advances in contemporary psychoanalytic field theory: concept and future development (pp. 175-190). New York: Routledge

Visintin, C. D. N, & Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2017). Motherhood and social suffering in brazilian mommy blogs. Psicologia: teoria prática, 19(2), 98-107. doi:10.5935/1980-6906/psicologia.v19n2p98-107.

Winkler, V. T. C. (2019) Imaginários coletivos de mulheres jovens sobre tornar-se adulta. (Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, SP). Recuperado de http://tede.bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br:8080/jspui/bitstream/tede/1218/2/VANESSA%20TONON%20CALDERELLI%20WINKLER.pdf

Winnicott, D. W. (1982). Distorção do ego em termos de self verdadeiro e falso. In D. W. Winnicott, O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional (pp. 128-139). Porto Alegre, RS: Artes Médicas. (Original publicado em 1960)

Winnicott, D. W. (1994). O Jogo do Rabisco. In R. Sheperd & M. Davis (Orgs.), Explorações Psicanalíticas (pp. 230-243). Porto Alegre, RS: Artmed. (Original publicado em 1968)

Zanello, V., Fiuza, G., & Costa, H. (2015). Saúde mental e gênero: facetas gendradas do sofrimento psíquico. Fractal: Revista de Psicologia, 27(3), 238-246. doi: 10.1590/1984-0292/1483

Zanello, V. (2018). Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. Curitiba, PR: Appris.