#automutilação
um estudo sobre a representação da autolesão em uma comunidade virtual de praticantes
DOI:
https://doi.org/10.23925/2594-3871.2024v33i1p151-177Palavras-chave:
Automutilação, Autolesão, ALNS, Redes sociais, Saúde mentalResumo
A autolesão não suicida é um fenômeno de relevância crescente com altas taxas de prevalência em adolescentes e jovens adultos. Embora relutem em buscar ajuda profissional, praticantes de autolesão apresentam elevados índices de uso de internet e de comportamento de risco online, o que torna necessária a investigação do fenômeno nesse âmbito. Foi realizada etnografia virtual no grupo “automutilação” do Facebook com o objetivo de compreender como a autolesão é tratada em uma comunidade virtual composta e moderada por praticantes. Os conteúdos compartilhados pelos usuários na comunidade foram coletados e distribuídos em cinco categorias de análise: autolesão, sofrimento, suicídio, religião e ajuda. A autolesão é representada na comunidade como um comportamento compulsivo com características de dependência. Publicações de imagens explícitas de autolesão geram significativamente maior engajamento do que postagens de ajuda e promovem aumento no número de fotos de lesões nos momentos subsequentes. Embora a comunidade apresente benefícios como a disponibilidade dos membros para conversar e fornecer apoio, há uma série de aspectos danosos, como postagens de incitação ao suicídio e à autolesão, hostilidade nas interações e despreparo para lidar com o sofrimento alheio. Por fim, destaca-se a necessidade de desenvolvimento de novas estratégias de intervenção no ambiente online.
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