Teofania e niilismo: leituras zizekianas de um haicai de Adélia Prado

Autores

  • Danilo Mendes Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v21p498-517

Palavras-chave:

Niilismo. Adélia Prado. Žižek. Haicai. Mística.

Resumo

Este texto visa apresentar uma contribuição à filosofia da religião a partir da leitura do poema "Artefato nipônico" de Adélia Prado através da estruturação do haicai apresentada por Žižek, tendo como chave o conceito de acontecimento, contando, sobretudo, com contribuições de Heidegger. Desta forma, relacionaremos os conceitos de acontecimento, nada e Deus, mostrando como a literatura pode ser, para além de locus privilegiado da experiência estética, ponto de partida para se entender o fenômeno religioso. Nesse sentido, pode-se apontar para uma teoria da religião entre niilismo e teofania. A relação entre Deus e nada, no poema de Adélia não deve ser entendida como contraditória nem sequencial. Isso significa que há, nesta leitura, a estreita relação entre os dois termos, de modo que o primeiro, como corte da paisagem estática, é o movimento que gera o acontecimento em si - e este é nada. Partindo, então, dos três versos desse poema, busca-se uma forma de conceituar religião: extraindo consequências filosóficas deste haicai. Por fim, indicamos como o nada pode ser entendido como silêncio místico. Nesse ponto, pode-se indicar uma teologia às avessas: ela não expressa o Deus que vem do nada, mas o nada que vem de Deus.

Biografia do Autor

Danilo Mendes, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutorando em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora com bolsa CAPES. Mestre em Ciência da Religião pela mesma universidade. Contato: danilo.smendes@hotmail.com

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Publicado

2020-10-10

Como Citar

Mendes, D. (2020). Teofania e niilismo: leituras zizekianas de um haicai de Adélia Prado. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 10(21), 498–517. https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v21p498-517