Trauma, Cura, Comunidade: As Faces de Cristo em Amada, de Toni Morrison
DOI:
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v20p229-249Palavras-chave:
Cristianismo, Literatura afroestadunidense, Morrison, Religião, Teologia.Resumo
Este artigo tem como objetivo fazer uma análise de Amada, de Toni Morrison, com foco especial nos elementos intertextuais bíblicos acerca de Jesus e seu ministério. Usando como pano de fundo as reflexões da teologia da libertação negra, argumenta que em Amada Morrison investe seus personagens de características cristológicas com o propósito principal de interrogar formas eurocêntricas de se fazer teologia, ou seja, um teologizar insensível aos anseios, necessidades e sofrimentos das comunidades negras afetadas pelo racismo e opressão fruto da supremacia branca. No romance, Morrison privilegia uma reflexão que abraça princípios, símbolos e elementos da fé cristã, mas que os coloca no contexto da espiritualidade e cultura das comunidades afrodescendentes. Assim, surge um teologizar mais contextual, que valoriza formas e expressões locais de se pensar a relação com a Alteridade.
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