Política, verdade, tekné
DOI:
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v21p36-53Palavras-chave:
Arendt, opinião, política, verdade, mídiaResumo
A partir das dinâmicas políticas contemporâneas e do papel das mídias sociais no uso político, que deram origem a expressões como pós-verdade, falência do senso comum, desconstrução do político, discutiremos com auxílio de Hannah Arendt as relações entre política e verdade e as distinções que estabelece entre verdade factual e opinião. Temos como hipótese, que, historicamente, as íntimas relações entre política e mentira, assim como o uso de novos elementos técnicos-mediáticos no âmbito do político, não se configuram nenhuma novidade. Os meios técnicos depois de sua surpresa e sucesso inicial, tendem a se homogeneizar e perder sua significação espetacular. Esse processo se repetiu historicamente desde o advento da retórica no processo democrático na Grécia Antiga até o uso de mídias sociais como instrumento político na contemporaneidade, passando pelo uso de outros meios que em seu momento ocuparam o mesmo lugar e colocaram em questão o político e suas relações com os fatos.
Referências
ARENDT, Hannah. A dignidade da política. Ensaios e Conferências. Organização, introdução e revisão técnica de Antônio Abranches. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993.
ARENDT, Hannah. A mentira na política – Considerações sobre os documentos do Pentágono. In: Crises da República. São Paulo: Editora Perspectiva, 1973.
ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. 3v: Anti-semitismo, Imperialismo, Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
ARENDT, Hannah. Verdade e Política. In: Entre o passado e o futuro. Trad. Mauro W. Barbosa de Almeida. São Paulo: Editora Perspectiva, 1992, p.282-325.
BALEIRO, Rita. Dependência e irreverência: o papel da imprensa colonial na revolução americana (1690-1776). ESGHT. Disponível em: http://www.dosalgarves.com/revistas/N15/3rev15.pdf . Acesso 20.01.2020.
BLOM, Plilip. Radio, ferramenta de propaganda dos nazistas. Mamaterra. 15.09.2013. Traduzido por Marcos Romão. Disponível em: https://mamapress.wordpress.com/2018/04/08/radio-ferramenta-de-propaganda-dos-nazistas/. Acesso 04.10.2019.
BRAGA, Newton C. O rádio na Alemanha de Hitler. INCB. 2005. Disponível em: https://www.newtoncbraga.com.br/index.php/historia/7917-o-radio-na-alemanha-de-hitler-art1431 . Acesso 16.11.2019.
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública. Trad. Denilson Luís Werle. São Paulo: Editora Unesp, 2014.
HOBBES. Leviatã. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1988.
MAQUIAVEL Nicolau. O Príncipe. Escritos políticos. São Paulo: Abril Cultural. Os Pensadores, 1979.
MOREIRA, Sonia Virgínia. O rádio dos anos 30 nos EUA: antecedentes de "A Guerra dos Mundos". XXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 1998. Disponível em:
http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/dc5119434e0e557b94f895f73d687e05.PDF. Acesso 04.10.2019.
NATIONAL CONSTITUTION CENTER (NCC). How the Kennedy-Nixon debate changed the world of politics. 26.09.2017. Disponível em: https://constitutioncenter.org/blog/the-debate-that-changed-the-world-of-politics. Acesso 04.10.2019.
PETRÔNIO. Satíricon. Trad. Cláudio Aquati. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
SANCHES, E. O papel do jornal na sociedade. Observatório de Imprensa. 04.07.2006. Disponível em http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/o-papel-do-jornal-na-sociedade/. Acesso 04.10.2019
STREET, Seán. A Concise History of British Radio, 1922-2002. Devon: Kelly Publications, 2002.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 TEOLITERARIA - Revista de Literaturas e Teologias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A TeoLiterária – Revista de Literaturas e Teologias é detentora dos direitos autorais de todos os artigos publicados por ela. A reprodução total dos textos em outras publicações, ou para qualquer outro fim, por quaisquer meios, requer autorização por escrito do editor. Reproduções parciais de artigos (resumo, abstract, mais de 500 palavras de texto, tabelas, figuras e outras ilustrações) deverão ter permissão por escrito do editor e dos autores.