A filosofia é um niilismo

Autores

  • Gerard Bensussan Université de Strasburg - França

DOI:

https://doi.org/10.23925/2236-9937.2023v31p17-35

Palavras-chave:

Filosofia, niilismo, idealismo, poética do involuntário

Resumo

Ao inaugurar a oposição entre o sensível e o inteligível, entre o ser e o aparecer, a metafísica idealista impôs um golpe de força ontológico que está na origem da determinação da filosofa como niilismo, como um prometeísmo da vontade e narcisismo da interioridade. É necessário substituir o ser pelo desaparecer a fim de imprimir um questionamento no interior dos conteúdos positivos e existenciais, o nascer e o morrer, o viver e o experimentar, o vir ao mundo e o existir. A filosofia é um niilismo, mas, na sua condição de Pharmakon, ela também pode oferecer um remédio para os seus próprios demônios. O “desprendimento” cartesiano, a “suspensão voluntária da descrença” (Coleridge), o conatus interruptus, o despojamento da inteligência, a probidade ou, ainda, as poéticas do involuntário são todos brechas no interior do seu edifício inexpugnável

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Biografia do Autor

Gerard Bensussan, Université de Strasburg - França

Professor emérito da Faculdade de Filosofia da Université de Strasburg - França Contato: gerard.bensussan@sfr.fr

Referências

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Publicado

2023-12-27

Como Citar

Bensussan, G. (2023). A filosofia é um niilismo. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 13(31), 17–35. https://doi.org/10.23925/2236-9937.2023v31p17-35