A filosofia é um niilismo
DOI:
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2023v31p17-35Palavras-chave:
Filosofia, niilismo, idealismo, poética do involuntárioResumo
Ao inaugurar a oposição entre o sensível e o inteligível, entre o ser e o aparecer, a metafísica idealista impôs um golpe de força ontológico que está na origem da determinação da filosofa como niilismo, como um prometeísmo da vontade e narcisismo da interioridade. É necessário substituir o ser pelo desaparecer a fim de imprimir um questionamento no interior dos conteúdos positivos e existenciais, o nascer e o morrer, o viver e o experimentar, o vir ao mundo e o existir. A filosofia é um niilismo, mas, na sua condição de Pharmakon, ela também pode oferecer um remédio para os seus próprios demônios. O “desprendimento” cartesiano, a “suspensão voluntária da descrença” (Coleridge), o conatus interruptus, o despojamento da inteligência, a probidade ou, ainda, as poéticas do involuntário são todos brechas no interior do seu edifício inexpugnável
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