A Linguagem da religião: binarismo, simbolismo e universalidade das narrativas míticas
DOI:
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2021v23p503-524Palabras clave:
linguagem, mito, religião, sonho, binarismo.Resumen
As narrativas religiosas e míticas são codificadas pela linguagem simbólica. Predominam nestes textos as metáforas, figuras híbridas, eventos grandiosos, visões oníricas e signos de oposições binárias. O presente artigo explora as características dessa linguagem a partir da narrativa visionária de Apocalipse 12, em que uma mulher com dores de parto é perseguida pelo grande dragão vermelho de sete cabeças. As narrativas religiosas e míticas se apresentam como uma rede de textos entrecruzados entre diferentes culturas. Este estudo contrasta a compreensão mais racionalizada de origem alemã que considera as narrativas míticas e oníricas como decorrentes de um processo natural de simbolização, na linha de Freud, com a visão do sagrado segundo Eliade, que vê as narrativas míticas e os sonhos como comparados apenas em termos de linguagem, mas não de origem. Na fenomenologia do sagrado, a linguagem do simbolismo é considerada como mediadora da relação do homem com realidades ausentes ou transcendentes.
Citas
ALLEN, Douglas. Myth and religion in Mircea Eliade. New York: Routledge, 2002.
ALLIK, Tiina Katrin. God and the unconscious: on Karl Rahner, justification by faith, and the Freudian unconscious. Tese de PhD. Yale University. Ann Arbor, MI: University Microfilmes International. 1982.
BASTIDE, Roger. O sonho, o transe e a loucura. São Paulo: Três Estrelas, 2016.
BEALE, G. K. The Book of Revelation. The New International Greek Testament Commentary. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1999.
BRAZIEL, Eileen F. Dreams and ritual about the mother archetype. Dissertação de Mestrado. California State University Dominguez Hills, 2003.
CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. São Paulo: Cultrix/Pensamento, 2005.
CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. São Paulo: Palas Athena, 1990.
CASSIRER, Ernst. Linguagem e mito. 3° edição. São Paulo: Perspectiva. 1992.
CHILTON, David. The Days of Vengeance: an exposition of the book of Revelation. Tyler, TX: Dominion Press, 1987.
COHEN, Percy S. Theories of myth. Man. New Series. Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland. Vol. 4, No. 3 (Sep., 1969), p. 337-353.
COLLINS, Adela Y. The Combat Myth in the Book of Revelation. Eugene, OR: Wipf and Stock Publishers, 2001 (1976).
CRONBACH, Abraham. Psychoanalysis and religion. The Journal of Religion. The University of Chicago Press. Vol. 2, No. 6 (Nov., 1922), p. 588-599.
DEAL, William E.; BEAL, Timothy K. Theory for religious studies. New York: Routledge, 2004.
DETWEILER, Robert. A Month of Sundays and the language of the unconscious. Journal of the American Academy of Religion. The Oxford University Press. Vol. 47, No. 4 (Dec., 1979), p. 609-625.
ELIADE, Mircea. História das crenças e das ideias religiosas. 6 vols. 2a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1983.
ELIADE, Mircea. Myth and reality. New York: Harper & Row, 1968.
ELIADE, Mircea. O mito do eterno retorno. Lisboa: Edições 70, 2000.
ELIADE, Mircea. The sacred and the profane: the nature of religion. New York: Harcourt, 1987.
FARRER, Austin. A rebirth of image: the making of St. John Apocalypse. New York: State University of New York Press, 1986.
FROMM, Erich. Psychoanalysis and religion. Open Road Media, 2013. E-book. Originalmente publicado por New Haven, CT: Yale University Press, 1950.
HARRIES, Karsten. A metáfora e a transcendência. In: SACKS, Sheldon (org.). Da metáfora. São Paulo: Editora da PUC, 1992. 77-93.
IVÁNOV, V. V. O papel das oposições na abordagem mitopoéticas do tempo. Trad. Aurora Fornoni Bernardini. In: Boris Schnaiderman (org.). Semiótica russa. São Paulo: Perspectiva, 1979.
JENSEN, Jeppe Sinding. Myths and mythologies: a reader. New York: Routledge, 2009.
LAPLANCHE, Jean; et al. The unconscious: a psychoanalytic study. Yale French Studies. French Freud: Structural Studies in Psychoanalysis. Yale University Press. No. 48, (1972), p. 118-175.
LOTMAN, Iuri. A estrutura do texto artístico. Trad. M.C.V. Raposo e A. Raposo. Lisboa: Estampa, 1978.
LOTMAN, Iuri. La semiosfera: semiótica de la cultura e del texto. Tradução de Desiderio Navarro. Vol. I. Frónesis Cátedra: Universitat de Valencia, 1996.
MELETÍNSKI, E. M. Os arquétipos literários. 2ª ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2002.
SPARTA, Francisco. A dança dos orixás: as relíquias brasileiras da Afro-Asia pré-bíblica. São Paulo: Harder, 1970.
TAYLOR, Jeremy. Dream work: techniques for discovering the creative power in dreams. New York: Paulist Press, 1983.
TAYLOR, Jeremy. The wisdom of your dreams: using dreams to tap into your unconscious and transform your life. New York: Penguin, 2009.
TED COHEN. A metáfora e o cultivo de Intimidade. In: SACKS, Sheldon (org.). Da metáfora. São Paulo: Editora da PUC, 1992. P. 9-17.
VERGOTE, Antoine. In search of a philosophical anthropology. Atlanta, GA: Leuven University Press, 1996.
WEISSKOPF, Walter A. The psychology of economics. New Fetter, Londres: Routledge, 2002.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Teoliteraria - Revista de Literaturas y Teologías (On Line) ISSN 2236-9937

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
La Teoliteraria - Revista Brasileira de Literaturas e Teologías es detentora de los derechos autorales de todos los artículos publicados por ella. La reproducción total de los artículos de ésta revista en otras publicaciones, o para cualquier otro fin, por cualquier medio requiere autorización por escrito del editor de este periódico. Reproducciones parciales de artículos (resúmenes, abstrac, más de 500 palabras de texto, tablas, figuras y otras ilustraciones) deberán tener permiso por escrito del editor y de los autores.