Entre a maldade, bondade, ódio e salvação na obra Jane Eyre, de Charlotte Brontë
DOI:
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v27p246-273Resumen
Jane Eyre, publicada originalmente em 1847, é considerada uma das principais obras de literatura inglesa, trazendo as narrativas da protagonista sobre os sofrimentos, violências e perdas que vivenciou até o encontro com a felicidade. Nesta obra, Charlotte, uma das celebradas irmãs Brontë, traz a possibilidade de problematizar sobre amor, bondade, ódio, redenção e sofrimentos, a partir do olhar da narradora-protagonista, que ficou órfã ainda jovem e traz sua fé como um fio condutor fundamental para compreender não apenas o universo narrativo, como também para refletir a respeito destas temáticas se relacionam com concepções práticas dos cristãos. A forma como ela enxerga o mundo e dialoga com as realidades que enfrenta deixa espaço para pensar as dinâmicas e paradoxos entre os discursos relativos a fé cristã e como ela é vivenciada no cotidiano por diferentes grupos e sujeitos. A vida de Jane traz para os leitores o desafio de pensar, a partir de uma obra literária, conceitos que adentram em diversas temporalidades e trazem reflexões que se estendem da literatura para a realidade social.
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