A construção de uma proposta de espiritualidade sensível-libertadora a partir de José Tolentino Mendonça e Gustavo Gutiérrez.

Autores/as

  • José Antônio Boareto Pontifícia Universidade Católica de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.23925/2236-9937.2024.67002

Palabras clave:

Espiritualidade, Ética, Teopoética, Teologia da Libertação

Resumen

Estamos vivendo uma mudança epocal, cujos efeitos se fazem sentir em todos os âmbitos, inclusive na espiritualidade. O atual sistema econômico neoliberal reforça uma cultura narcísica que se revela indiferente com a terra e os pobres. Esta realidade é objeto da reflexão teológica. Neste sentido, perguntamo-nos sobre a possibilidade de uma espiritualidade que esteja aberta a crentes e não crentes, e que colabore com a educação da consciência no cuidado da Casa Comum. A atual crise socioambiental precisa ser entendida a partir da dialética sensibilidade e libertação. O sensível é necessário para a empatia, enquanto a libertação, o processo histórico das lutas, para a solidariedade. A teopoética de José Tolentino Mendonça e a espiritualidade da libertação de Gustavo Gutiérrez oferecem a possibilidade de uma espiritualidade aberta a todos numa ética da responsabilidade do cuidado com o planeta, e em particular, a alteridade, considerando o outro, o excluído, referido enquanto sujeito do próprio movimento libertador. Uma consciência sensível-libertadora compreende a espiritualidade como aventura coletiva, participa do movimento das lutas por libertação e compromete-se com o mundo politicamente.

Biografía del autor/a

José Antônio Boareto, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Doutor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Professor da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Contato: zeantonioboareto@gmail.com

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Publicado

2024-12-15

Cómo citar

Boareto, J. A. (2024). A construção de uma proposta de espiritualidade sensível-libertadora a partir de José Tolentino Mendonça e Gustavo Gutiérrez. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 34(32), 196–237. https://doi.org/10.23925/2236-9937.2024.67002