A arte perdida das escrituras
DOI:
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2025.73313Resumen
Publicado originalmente em inglês sob o título The Lost Art of Scripture: Rescuing the Sacred Text e vertido ao português em edição recente (2024) pela Companhia das Letras, o volumoso ensaio A Arte Perdida das Escrituras, de Karen Armstrong, apresenta-se como uma das mais ambiciosas tentativas contemporâneas de repensar o lugar dos textos sagrados no imaginário religioso e cultural da humanidade, não a partir de uma perspectiva dogmática ou apologética, mas por meio de uma análise histórico-comparativa que percorre as mais variadas tradições – do judaísmo antigo à modernidade ocidental, passando pelo cristianismo, pelo islã, pelo hinduísmo e pelo budismo –, sempre com a intenção de mostrar que o que hoje se convencionou tratar como escritura foi, em seus contextos originários, menos um compêndio de verdades absolutas a serem cridas e mais uma prática estética, comunitária e ritual, cujo sentido se desdobra justamente na medida em que resiste à fixidez de interpretações unívocas. Assim, em contraposição às leituras fundamentalistas que, ao longo dos séculos XIX e XX, reduziram tais textos a registros factuais, bem como às abordagens racionalistas que os descartaram como meras superstições, Armstrong propõe recuperar a escritura como arte, como espaço simbólico em que mito, rito, memória e silêncio confluem para produzir não tanto um sistema dogmático quanto uma experiência transformadora, estética e ética, que tem por horizonte último a formação de comunidades compassivas e a abertura ao inefável.
Citas
ALTER, Robert. The Art of Biblical Narrative. New York: Basic Books, 2011.
ARMSTRONG, Karen. Jerusalém. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
ARMSTRONG, Karen. Em defesa de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
ARMSTRONG, Karen. Campos de sangue. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
AUERBACH, Erich. Mimesis: The Representation of Reality in Western Literature. New Jersey: Princeton University Press, 2003.
CASSUTO, Umberto. The Documentary Hypothesis and the Composition of the Pentateuch. Jerusalem: Shalem Press, 2014.
ELIADE, Mircea. “O prestígio do mito cosmogônico”. Tradução de Manuel Montenegro da Cruz. Diógenes – revista semestral da UNB, Brasília, n. 7, p. 6-16, 1984.
HARRIS, Harriet A. “Fundamentalism(s)”. In: ROGERSON, J. W.; LIEU, Judith M. (Eds.). The Oxford Handbook of Biblical Studies. New York: Oxford University Press, 2006, pp. 810-840.
LEGASPI, Michael C. “The Term ‘Enlightenment’ and Biblical Interpretation”. In: HAUSER, Alan J.; WATSON, Duane F. (Eds.). A History of Biblical Interpretation: The Enlightenment through the Nineteenth Century. Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing Company, 2017, pp. 73-92.
RICOEUR, Paul. „Stellung und Funktion der Metapher in der biblischen Sprache“. In: RICOEUR, Paul; JÜNGEL, Eberhard (Hrsgs.). Metapher. Zur Hermeneutik religiöser Sprache. (Evangelische Theologie Sonderheft, 34 – Supplement). München: Chr. Kaiser Verlag, 1974, p. 45-70.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 TEOLITERARIA - Revista de Literaturas e Teologias

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
La Teoliteraria - Revista Brasileira de Literaturas e Teologías es detentora de los derechos autorales de todos los artículos publicados por ella. La reproducción total de los artículos de ésta revista en otras publicaciones, o para cualquier otro fin, por cualquier medio requiere autorización por escrito del editor de este periódico. Reproducciones parciales de artículos (resúmenes, abstrac, más de 500 palabras de texto, tablas, figuras y otras ilustraciones) deberán tener permiso por escrito del editor y de los autores.