O PROGRESSO DO PEREGRINO E A ÉTICA DA CONVERSÃO INDIVIDUALISTA
DOI :
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v20p318-345Mots-clés :
Pilgrim's Progress. John Bunyan. Puritanismo. Ética. ConversionismoRésumé
O objetivo deste artigo é apresentar a alegoria religiosa The Pilgrim's Progress, do escritor inglês John Bunyan, buscando encontrar no enredo e no contexto histórico que se entrelaça à obra, alguns elementos que nos permitam compreender o ethos da vida peregrina desse indivíduo em busca da sua salvação. Assim, considerando que a obra foi escrita como resposta ao conturbado cenário religioso e político da Inglaterra do século XVII, analisaremos o enredo, os dogmas e os símbolos religiosos presentes no livro, buscando compreender a relação entre fé e vida “mundana”, indivíduo e comunidade e, principalmente, o valor das narrativas de devoção na experiência de conversão, para, então, entender como tais valores, expostos nas potentes alegorias de Bunyan, geraram um universo lúdico e concreto que validou uma ética religiosa, profundamente individualista, que se tornou a marca do conversionismo puritano, e que continua a fazer sentido, mesmo para pessoas que não compartilham do contexto histórico e social do escritor.Références
ALVES, Rubem (Org.). De Dentro do Furacão: Richard Shaull e os primórdios da Teologia da Libertação. São Paulo: Sagarana, CEDI, CLAI, Programa Ecumênico de Pós- Graduação em Ciências da Religião, 1985.
ALVES, Rubem. Protestantismo e Repressão. São Paulo: Ática, 2005.
BAN, Joseph D. Was John Bunyan a Baptist? Baptist Quarterly, v. 30, n. 8, p. 367–376, 1984.
BUNYAN, John. Grace Abounding to the Chief of Sinners. Disponível em: <http://www.chapellibrary.org/literature/bunyan/>. Acesso em: 15 abr. 2018
BUNYAN, John. O Peregrino. Trad. Eduardo Pereira e Ferreira. São Paulo: Mundo Cristão, 2006.
BUNYAN, John. Graça abundante: para o principal dos pecadores. São Paulo: Editora Fiel, 2012.
CAMPOS, Leonildo Silveira. Os “Dois Caminhos”: Observações sobre uma gravura protestante. Horizonte, Belo Horizonte, v.12, n.34, p. 339-381, 2014.
CALVINO, João. As Institutas ou Tratado da Religião Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, v. 3, 2006.
DAVIES, Michael. Graceful Reading: Theology and Narrative in the Works of John Bunyan. Oxford: Oxford University Press, 2002.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? São Paulo: Editora 34, 1992.
ERICKSON, Millard J. Teologia sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2015.
ESPERANDIO, Mary Rute. A produção de sentido no âmbito religioso: o modo de subjetivação Batista. Protestantismo em Revista, v. 01, p. 6-30, jan-dez, 2002.
GONZÁLEZ, Justo L. A Era dos Reformadores. São Paulo: Edições Vida Nova, 1994.
GRAY, John. A Morte da Utopia. Tradução de Freitas e Silva. Lisboa: Guerra & Paz, 2008.
GREAVES, Richard L. John Bunyan and Covenant Thought in the Seventeenth Century. Church History. v. 36, n. 2, jun., p. 151-169, 1967.
HILL, Christopher. As origens intelectuais da revolução inglesa. Tradução de Jefferson Luís Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
MENDONÇA, Antônio Gouvêa. O celeste porvir: a inserção do protestantismo no Brasil. 3. ed. São Paulo: EdUSP, 2008.
NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. 11. ed. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 2000.
RENDERS, Helmut. A Gravura – o Caminho Estreito e o Caminho Largo, de Hieronymus Wierix, de 1600: uma análise Panofskiana de uma obra da Reforma Católica com Ecos Latino-americanos. Estudos de Religião, v. 30, n. 2, p. 195-227, maio-ago. 2016.
TILLICH, Paul. História do pensamento cristão. São Paulo: ASTE, 1988.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
A TeoLiterária – Revista de Literaturas e Teologias é detentora dos direitos autorais de todos os artigos publicados por ela. A reprodução total dos textos em outras publicações, ou para qualquer outro fim, por quaisquer meios, requer autorização por escrito do editor. Reproduções parciais de artigos (resumo, abstract, mais de 500 palavras de texto, tabelas, figuras e outras ilustrações) deverão ter permissão por escrito do editor e dos autores.