“Luz e sombra: minha árvore frutífera”
entre o sagrado e o profano, a verdadeira pedra filosofal do humano em Machado de Assis
DOI:
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2025.69752Palabras clave:
Machado de Assis;, Bem e Mal, Ritos de Margem, Alquimia, IdentidadeResumen
Este artigo propõe uma leitura dos contos “Adão e Eva” e “O enfermeiro”, de Machado de Assis discutindo à condição paradoxal inerente do humano, compreendida, particularmente, na sua dupla identidade (bem versus mal) e, além disso, partindo da história bíblica do ritual da origem e criação das coisas tendo o homem como partícipe, integrante dela e, ao mesmo tempo, como aquele que rompe e deconstrói o mundo divino, haja vista que atitudes e valores sagrados foram corrompidos e a ideia do profano se acentua e articula a vida humana cotidiana. Ademais, o rito profano vivenciado pelas personagens Adão, Eva e Procópio evidencia-se noutro rito que se trata da margem, estágio intermediário entre o passado e o que sugirá mais a frente e, sobretudo, o resultado desse evento ritual constrói a identidade em transição de cada personagem e, por conseguinte da própria narrativa. A alquimia das personagens acontece mediante as experiências vivenciadas em contexto social, bem como tal situação favorece na formação do eu com relação ao outro e essa transformação surge de dentro para fora, o que sintetiza o desejo e pulsão de morte de uma vida antiga com o surgimento de uma nova mais vigorosa e promissora. Para tanto, utilizam-se autores como: Arnold Van Gennep (2011), Carl Gustav Jung (1988), Georges Bataille (2000), dentre outros.
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