PEDAGOGIA DO OPRIMIDO: TRAMAS, ARTICULAÇÕES E MOVIMENTOS DE UM PENSAMENTO POLÍTICO E PEDAGÓGICO REVOLUCIONÁRIO

Resumo

Buscando compreender as tramas, as articulações e os movimentos do pensamento político e pedagógico de Paulo Freire, realizamos a leitura, o fichamento e a análise de 32 obras publicadas em português, no Brasil, a partir de sua organização em cinco períodos específicos. Nesse artigo, apresentamos um recorte que tem como foco a identificação do conjunto de referências com as quais Paulo Freire trama a sistematização de sua obra mais importante: Pedagogia do oprimido. Para tanto, apresentamos os resultados em dois momentos complementares: o da identificação e apresentação do conjunto de tramas e dos movimentos de/entre autores e autoras presentes nos três primeiros escritos de Freire; e, o da exploração das articulações teóricas presentes especificamente na Pedagogia do oprimido, onde se busca compreender de que forma como elas convergem para a sua elaboração. Ao mesmo tempo, buscamos compreender o impacto das novas referências teóricas introduzidas, cuja articulação demarca uma guinada crítica radical na obra freireana, caracterizando-a como revolucionária. Concluímos que esse exercício comparativo entre as articulações encontradas nas obras Educação e atualidade brasileira, juntamente com Educação como prática da liberdade, e Pedagogia do oprimido explicitam um movimento de adensamento teórico, marcado pela transição dialética de sua base de referências. Esse exercício expõe o conjunto de referências com as quais esse educador brasileiro inicia seus escritos, seu adensamento da primeira para a segunda obra, e amplia de tal forma que é possível conceber uma proposta política e pedagógica radicalmente comprometida com a transformação.