As crenças dos revisores textuais sobre a expressão “já que”

uma análise a partir da perspectiva da Política Linguística

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.23925/2318-7115.2024v45i4e65001

Palabras clave:

Crenças linguísticas, Gestão da língua, Revisão de textos, Perífrase conjuncional já que

Resumen

Este trabalho objetiva analisar as crenças do revisor de textos acerca do uso da expressão já que em gêneros da esfera acadêmica. A análise se baseia na Teoria da Gestão da Língua de Spolsky (2004, 2009, 2021). Quanto à abordagem metodológica, esta pesquisa é de natureza qualitativa e se enquadra em um paradigma interpretativista como descrito por Angel Lin (2015). Foi elaborado um questionário online e respondido por dez revisores textuais brasileiros. Como resultados, identificamos duas principais crenças em relação a essa expressão: i) primeiro, este é compreendido como menos formal e, consequentemente, menos adequado aos gêneros acadêmicos do que outros elementos coesivos; ii) segundo, é compreendido como semanticamente impreciso ou generalizante, sendo sugerido ser substituído em textos acadêmicos.

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Biografía del autor/a

Socorro Cláudia Tavares de Sousa, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil

Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (1988), graduação em Direito pela Universidade de Fortaleza (1995), mestrado e doutorado em Linguística pela Universidade Federal do Ceará (2004, 2009). Atualmente, é professora associada do Departamento de Linguística e Língua Portuguesa (DLLP) e do Programa de Pós-Graduação em Linguística (Proling) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Tem experiência na área de Linguística, com pesquisas nas áreas de Lingüística de Texto e Política e Planejamento Linguístico. É líder do Núcleo de Estudos em Política e Educação Linguística (NEPEL).

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Publicado

2024-09-02

Cómo citar

Nascimento, I. C. do, & Sousa, S. C. T. de. (2024). As crenças dos revisores textuais sobre a expressão “já que”: uma análise a partir da perspectiva da Política Linguística. The ESPecialist, 45(4), 186–205. https://doi.org/10.23925/2318-7115.2024v45i4e65001