Por um ensino-aprendizagem não encapsulado de leitura-escrita em curso de formação de educadores
DOI:
https://doi.org/10.23925/2318-7115.2020v41i2a2Palavras-chave:
Leitura-escrita, Formação de educadores, Atividade Social.Resumo
Segundo Magalhães (2011), na cultura escolar, há uma permanente e a-histórica manutenção de sentidos e significados nas práticas diárias em sala de aula, no que se refere a ações-discursos fundamentados sem uma percepção simplista e individual, relacionada tanto a metas e objetivos para agir quanto às formas de conceber e gerar conhecimento. Essas questões, certamente, reverberam no ensino de leitura-escrita que, durante anos, privilegiou a modalidade escrita, em detrimento das outras formas de comunicação (ROJO, 2009). A concepção que subjaz a essa questão é de um ensino-aprendizagem de leitura-escrita encapsulado (ENGESTRÖM, 2013), desvinculado de uma perspectiva enunciativo-discursiva da linguagem. Tal perspectiva é assumida por documentos oficiais, orientadores obrigatórios, como a BNCC (BRASIL, 2017), e outros ordenamentos curriculares de igual importância, como as DCNEB, convergentes a esse compêndio da organização curricular brasileira. Assim, este estudo resgata uma atividade de ensino-aprendizagem de leitura, desenvolvida por pesquisadores do projeto DIGIT-M-ED Brasil (PUC/SP), organizada com base em atividade social, bem como a interação que se desenrolou a partir dela, para propor a elaboração de propostas não encapsuladas de construção de significados de leitura, em curso de formação.
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