A questão do bilinguismo. Uma discussão teórica sobre os conceitos de bi, multi e plurilinguismo na Educação para Surdos
DOI:
https://doi.org/10.23925/2318-7115.2019v40i3a3Palavras-chave:
Bilinguismo, CEAADA, Educação para Surdos, Multilinguismo, PlurilinguismoResumo
Este artigo tem por objetivo discutir os conceitos de aquisição de segunda língua, bilinguismo, multilinguismo e plurilinguismo na Educação para Surdos, tendo como referencial teórico os autores De Angelis (2007), Pinto (2013), Scarpa (2001), Campos (2012), Grosjean (1992) e Cavalli et al. (2009). A questão fundamental foi entender se o CEAADA, instituição pública?Privada? de ensino de Cuiabá, capital de Mato Grosso, que tem como primazia atender a um público com deficiência auditiva, múltiplas deficiências e também alunos surdo-cegos, é ou não uma escola bilíngue, conforme é apresentado nos documentos oficiais, a exemplo do Projeto Político Pedagógico: “Por ser uma escola de educação bilíngue, sendo a Língua Portuguesa a segunda língua e a LIBRAS, a primeira língua, a língua de instrução será a Língua Brasileira de Sinais” (PPP CEAADA, 2016, p. 91). Como resultado, não concebemos que plurilinguismo ou monolinguismo sejam adequados à realidade do e no CEAADA e que o termo e o conceito teórico/prático de bilinguismo seja o que melhor se enquadra à realidade analisada e vivenciada nessa escola. O artigo ainda abre a discussão para um acompanhamento prático do conceito de bilinguismo.
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