Deteatrização e antiteatralidade no teatro estático de Pessoa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-4373.2023i30p48-66

Palavras-chave:

Fernando Pessoa, O Marinheiro, Teatralidade, Estatismo, Drama moderno e contemporâneo

Resumo

O artigo se propõe a ampliar o espectro da abordagem das peças de teatro escritas por Fernando Pessoa, sobretudo o “drama estático em um quadro” O marinheiro, texto sistematicamente associado, na fortuna crítica do autor, ao imaginário simbolista e à obra dramática de Maurice Maeterlinck. Para tanto, procura-se reposicionar a dramaturgia de Pessoa na direção da múltipla tradição do drama moderno e contemporâneo, nos termos em que esta é delineada por estudiosos cujas pesquisas se associam às de Jean-Pierre Sarrazac, tais como Joseph Danan, Mireille Losco-Lena, Jean-Pierre Ryngaert e Arnaud Rykner. Com base em tal perspectiva crítico-teórica, será defendido o papel precursor do escritor português relativamente a outros dramaturgos europeus, que, atuantes a partir da segunda metade do século XX, contribuíram para ampliar os horizontes da forma dramática no Ocidente.

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Biografia do Autor

Flávio Rodrigo Vieira Lopes Penteado Corrêa, Universidade Nova de Lisboa

Universidade Nova de Lisboa – UNL; Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (IELT – NOVA FCSH) – Lisboa – Portugal – frpenteado@fcsh.unl.pt

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Publicado

2023-07-13

Como Citar

Vieira Lopes Penteado Corrêa, F. R. (2023). Deteatrização e antiteatralidade no teatro estático de Pessoa. FronteiraZ. Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados Em Literatura E Crítica Literária, (30). https://doi.org/10.23925/1983-4373.2023i30p48-66

Edição

Seção

Artigos