“Yahweh é meu pastor. Não faltarei”. Uma proposta de tradução e interpretação para o Salmo 23
DOI:
https://doi.org/10.19143/2236-9937.2017v7n13p305-326Palavras-chave:
interpretação histórico-social, exegese histórico-social, exegese, salmosResumo
Problematização da tradução clássica “nada me faltará”, no Salmo 23,1b, com desdobramentos de problematização também na interpretação do salmo. Proposta de tradução e interpretação do Salmo 23. O objetivo do artigo é problematizar as interpretações correntes do Salmo 23. A partir da proposta de uma nova tradução do verso 1b, até onde se pode verificar, inédita, bem como da problematização do sentido de expressões do salmo, propõe-se uma nova interpretação do Salmo 23, com elementos presentes em interpretações correntes, e elementos inovadores. Metodologicamente, tratou-se de investigar o comportamento sintático do verbo חסר (hsr) na Bíblia Hebraica, bem como, no mesmo escopo, buscar analogias para o tema da “mesa” e dos “inimigos”. Traduzido o salmo e incorporados os resultados da investigação mencionada, propôs-se uma nova interpretação ao texto. Concluiu-se que o autor implícito da composição pode ser assumido com um rei que, experimentando uma grave e ameaçadora crise, com risco de morte, recupera a memória de sua unção, para, confiado no nome do deus que o ungiu, protestar sua confiança de que não apenas não seria derrotado, mas de que derrotaria e humilharia seus inimigos. A confiança de que não seria derrotado se expressa na proposta de tradução do v 1b: “não faltarei”.
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