Filosofia em zona de confronto: máscaras securitárias, desejos coloniais
DOI:
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v21p79-98Palavras-chave:
Necropolítica, Colonialidade, Genocídio, Racismo, Sistema de justiça criminal.Resumo
O ensaio busca traçar algumas considerações críticas sobre a necropolítica racial de segurança pública em voga nas políticas de “governo da emergência”. Pretende-se rastrear nessas políticas de Estado os direcionamentos que, historicamente, justificam o genocídio anti-negro na diáspora, bem como as violações estruturais aos direitos humanos de segmentos, reiteradamente, desumanizados e lançados na zona do não-ser. A constatação que orienta o ensaio baseia-se no fato de que a produção do inimigo racializado tem operado de modo a legitimar a subjugação e o assassinato sumário de sujeitos marcados por estereótipos racistas e criminalizantes. Para isso, parte-se do arsenal analítico forjado por pensadoras/es comprometidas/os com a luta antirracista e que problematizam os impactos da colonialidade racista no padrão mórbido das relações raciais, sustentado pelo sistema de justiça criminal. Finalmente, para uma leitura crítica da “exceção desejada” no Brasil contemporâneo é preciso analisar os argumentos mobilizados por esses governos da emergência e as implicações político-jurídicas advindas desta paisagem permanente de guerra às drogas, ao terror e ao crime.Referências
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