A linguagem de descrição: uma possibilidade de fazer pesquisas no campo da educação matemática<br>The language of description: a possibility of doing research in the field of mathematical education

Autores

  • Ana Virginia Almeida Luna Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Flávia Cristina de Macêdo Santana Universidade EStadual de Feira de Santana
  • Roberta D’Angela Menduni Bortoloti Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus Vitória da Conquista.

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2018v20i1p199-223

Palavras-chave:

Pesquisa. Metodologia. Bernstein. Linguagem de Descrição.

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar textos de pesquisas com a trajetória metodológica no campo da educação matemática, desenvolvidas por meio da linguagem de descrição de Basil Bernstein, na Bahia. A trajetória metodológica adotada envolveu uma abordagem qualitativa, por meio da análise documental. Como resultados, os textos analisados sugerem que a pesquisa com o uso do modelo metodológico da linguagem de descrição possibilita movimentos cíclicos, a saber: partindo da teoria para iluminar a empiria, podendo produzir as categorias a priori; legitimando que os dados empíricos podem ampliar o campo teórico, favorecendo a produção de categorias analíticas, levantadas pela teoria e, retroalimentando campo teórico e empírico, a empiria e a teoria dialogam de tal forma que um campo ampara o outro, ainda que possa haver diálogo com o próprio campo, subsidiado pela teoria.


This paper aims to analyze research texts from the methodological trajectory in the field of Mathematical Education which has been developed through the description language of Basil Bernstein in Bahia. The methodological design adopted has involved a qualitative approach, through documentary analysis. As for the results, the analyzed texts suggest that the research using the methodological model of the description language allows a cyclical movement: starting from the theory to shed light on the empiria, thus, it is able to produce the categories previously; legitimizing that the empirical data can broaden the theoretical field, favoring the production of analytical categories raised by the theory and theoretical feedback and empirical field, empiricism and theory dialogue in such a way that one field supports the other, although there may be dialogue with themselves, subsidized by theory.

 

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Biografia do Autor

Ana Virginia Almeida Luna, Universidade Estadual de Feira de Santana

Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Feira de Santana (1993) e em Matemática pela Faculdade de Tecnologia e Ciências. Mestre em Educação Especial (área de concentração: Educação Matemática) pela Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS / CELAEE - CUBA (2002). Especialista em Educação Matemática - UCSAL (2004). Cursou o Special Course Research na University of London (2010). Doutora em Ensino, Filosofia e História das Ciências pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2012). Atualmente é coordenadora do Núcleo de Educação Matemática de Feira de Santana - NEEMFS, da Sociedade Brasileira de Educação Matemática - Bahia (SBEM-BA) e UEFS; membro do Grupo de pesquisa de Ensino de Ciências e Matemática (ENCIMA); Professora Adjunta da Universidade Estadual de Feira de Santana; Professora Permanente no Programa de Pós-Graduação em Educação da UEFS (PPGE) e Diretora Pedagógica da Escola Despertar. Tem experiência na área de Educação Matemática, com ênfase em Modelagem Matemática, Formação Docente e Práticas Escolares.

Flávia Cristina de Macêdo Santana, Universidade EStadual de Feira de Santana

Possui graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual de Feira de Santana (1997) , especialização em Educação Matemática (1997) e mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências pela Universidade Federal da Bahia (2006). Professora assistente da Universidade Estadual de Feira de Santana. Foi membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Educação Matemática - Bahia de 2001 a 2003. Tem experiência na área de Educação Matemática, com ênfase em Formação de Professores, atuando principalmente nos seguintes temas: Formação Inicial, Estágio Supervisionado, Ensino da Matemática e Modelagem Matemática. Atualmente, é doutoranda do Programa de Ensino, Filosofia e História das Ciências e pesquisa sobre trabalho colaborativo. Membro do Observatório de Educação Matemática - OEM/BA e do Grupo de Pesquisa de Ensino de Ciências e Matemática - ENCIMA. Associada a Sociedade Brasileira de Educação Matemática - SBEM

Roberta D’Angela Menduni Bortoloti, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus Vitória da Conquista.

Possui Licenciatura Plena em Matemática (1999), mestrado em Educação (2003) pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e doutorado em Educação (2016) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desde 2005 é professora assistente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Tem doutorado em Educação pela Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Educação Matemática, cujas pesquisas são em Psicologia da Educação Matemática, Alfabetização Matemática, Análise de Erros e Matemática para o Ensino. Atua na formação de professores de matemática.

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Publicado

2018-05-01

Edição

Seção

Artigos