O uso da sala de aula invertida no ensino superior: preenchendo lacunas em conteúdos de matemática elementar
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2021v23i2p309-336Palavras-chave:
Sala de Aula Invertida, Ensino Híbrido, Ensino de Matemática.Resumo
Este estudo investigou como as principais características atribuídas à metodologia da sala de aula invertida – tais como personalização do ensino, autonomia do discente, interação professor/aluno e aluno/aluno e melhora na aprendizagem – foram identificadas pelos participantes de um curso de curta duração oferecido por um projeto de ensino de uma universidade federal do sul do Brasil. Foram confeccionados e disponibilizados 33 vídeos pedagógicos que abordavam integralmente o conteúdo do módulo de matemática básica, que habitualmente era oferecido pelo projeto na modalidade presencial. Os vídeos correspondentes a cada aula invertida foram enviados aos participantes da pesquisa com antecedência, e os respectivos encontros presenciais foram direcionados para o esclarecimento de dúvidas e aplicação dos conteúdos abordados nos vídeos. Os sujeitos desta pesquisa foram 35 estudantes de graduação e os instrumentos de coleta de dados foram entrevistas, analisados qualitativamente através da técnica de análise de conteúdo, além de questionários e observações. Os estudantes manifestaram ter identificado maior personalização do ensino, acréscimo de autonomia e de qualidade na aprendizagem, qualificação da interação entre professor e aluno e na interação entre pares nas aulas em que a metodologia da sala de aula invertida foi adotada, em comparação com as aulas expositivas tradicionais. Esta foi a primeira experiência do referido projeto com o ensino híbrido, e a maioria dos estudantes participantes da pesquisa relatou não possuir experiências prévias com a metodologia da sala de aula invertida. Este trabalho é parte de uma dissertação de mestrado apresentada no programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEMAT/IFM) em fevereiro de 2020.
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