Testamento eternizado em escarlates letras: literariedade, materialidade e ilustração em A verdadeira história de Chapeuzinho Vermelho (2020)
Palavras-chave:
Literatura infantil, Materialidade, Ilustração, Livro-objeto, Chapeuzinho VermelhoResumo
A literatura, enquanto arte da palavra, apresenta seu texto em diferentes formas e linguagens. Seja através de sua potencialidade humanizadora ou, ainda, por sua característica de fabulação, ela alcança os leitores e lhes oferece uma pluralidade de ferramentas que criam textos, utilizando como argumento obras já consagradas, afinal, a literatura guarda em seu escopo narrativas que são verdadeiras preciosidades dispostas como testamento para toda a humanidade. Assim, neste artigo, nosso objetivo é analisar a obra literária A verdadeira história de Chapeuzinho Vermelho (2020), de Agnese Baruzzi e Sandro Natalini, apresentada em livro-objeto e de aguçada materialidade. Buscaremos compreender as características da obra que promovem a fruição estético-literária, afastando o livro de uma visão didático-moralizante. Para tanto, compreenderemos as particularidades do texto verbal, o imagético e as características de materialidade que permeiam a obra, compreendendo as técnicas, as ferramentas e as interações propostas, compreendendo, também, a capacidade multimodal do livro.
Downloads
Referências
BARUZZI, Agnese; NATALINI, Sandro. A verdadeira história de Chapeuzinho Vermelho. Tradução de Índigo. São Paulo: Brinque-Book, 2020.
CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2011. p. 171-194.
CARTER, David A.; DIAZ, James. The Elements of Pop-Up: A Pop-Up Book for Aspiring Paper Engineers. Nova York: Little Simon, 1999.
CHEVALIER, Jean; GHERRBRANT, Alain. Vermelho. In: CHEVALIER, Jean; GHERRBRANT, Alain. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Tradução de Vera da Costa e Silva [et al.]. 34. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2020. p. 1030-1031.
COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas: símbolos - mitos - arquétipos. São Paulo: Paulinas, 2012.
COMPAGNON, Antoine. A literatura. In: COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Tradução de Cleonice Paes Barreto Mourão Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010. p. 29-45.
COSTAS, Eulalia Agrelo; MOCIÑO-GONZÁLEZ, Isabel. Libro-obxecto: do artefacto às infinitas lecturas. In: MOCIÑO-GONZALES, Isabel. Livro-obxecto e Xénero: estudos ao redor do libro infantil como artefacto. Vigo: Universidade de Vigo, 2019.
DEBUS, Eliane; SPENGLER, Maria Laura P.; GONÇALVES, Fernanda. Para apresentar o livro objeto: modos de fazer e ler. In: DEBUS, Eliane; SPENGLER, Maria Laura P.; GONÇALVES, Fernanda. (orgs.). Livro objeto e suas arti(e)manhas de construção. Curitiba: MercadoLivros, 2020. p. 7-14.
MENEGAZZI, Douglas; DEBUS, Eliane. O design do livro de literatura para a infância: uma investigação do livro ilustrado contemporâneo. In: DEBUS, Eliane; SPENGLER, Maria Laura P.; GONÇALVES, Fernanda. (orgs.). Livro objeto e suas arti(e)manhas de construção. Curitiba: MercadoLivros, 2020. p. 15-50.
HUNT, Peter. Crítica, teoria e literatura infantil. Tradução de Cid Knipel. São Paulo: Cosac Naify, 2010.
HUTCHEON, Linda. Uma teoria da paródia. Tradução Teresa Louro Pérez. Rio de Janeiro: Edições 70, 1985.
MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
MORAES, Odilon. O livro como objeto e a literatura infantil. In: DERDYK, Edith (org.). Entre ser um e ser mil: o objeto livro e suas poéticas. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013. p. 159-165.
NAVAS, Diana. Era uma vez: a (re)leitura dos clássicos no livro-objeto. In: SILVA, Sara Reis da. Clássicos da literatura infantojuvenil em forma(to) de livro-objeto. [S. l.]: UMinho Editora, 2020. p. 113-124.
OLIVEIRA, Rui de. Pelos jardins Boboli: reflexões sobre a arte de ilustrar livros para crianças e jovens. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
ORTHOF, Gê. Prefácio – Com olhos bem abertos. In: RAMOS, Graça. A imagem nos livros infantis: caminhos para ler o texto visual. Belo Horizonte: Autêntica, 2020. p. 9-12.
PAIVA, Ana Paula Mathias de. A aventura do livro experimental. Belo Horizonte: Autêntica Editora; São Paulo: Edusp, 2010.
PAIVA, Aparecida. A produção literária para crianças: onipresença e ausência das temáticas. In: PAIVA, Aparecida; SOARES, Magda (orgs.). Literatura infantil: políticas e concepções. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009. p. 35-52.
POWERS, Alan. Era uma vez uma capa. Tradução de Otacílio Nunes. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
REYES, Yolanda. Ler e brincar, tecer e cantar: apontamentos a partir da oficina de criação literária. In: REYES, Yolanda. Ler e brincar, tecer e cantar: literatura, escrita e educação. Tradução de Rodrigo Petronio. São Paulo: Pulo do Gato, 2012. p. 44-53.
SANT’ANNA, Affonso Romano de. Paródia, paráfrase & cia. São Paulo: Ática, 2000.
TABERNERO-SALA, Rosa. O leitor no espaço do livro. In: PRADES, Dolores (Ed.). Caderno Emília, n. 1, p. 109-120, 2018. Disponível em: http://revistaemilia.com.br/wp-content/uploads/2018/06/Caderno-Emilia_N_1.compressed.pdf. Acesso em: 04 jun. 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.