RESGATANDO O PLANO DA MATEMÁTICA EM PORTUGAL: UMA EXPERIÊNCIA DE CONTEXTUALIZAÇÃO DO CURRÍCULO PROMOTORA DE SUCESSO ESCOLAR?
Palavras-chave:
Plano da Matemática. Práticas de Professores de Matemática. Contextualização Curricular.Resumo
A Matemática, enquanto disciplina do currículo escolar, em Portugal, tem sido marcada pelo insucesso e pelos resultados pouco satisfatórios obtidos pelos alunos quer em provas de avaliação externa nacionais (Provas Aferidas e Exames Nacionais) quer internacionais (PISA). Para contrariar esta situação, têm sido implementadas políticas educativas que têm como propósito melhorar os processos de ensino da Matemática e aumentar o sucesso dos alunos nesta disciplina. Destas medidas, destaca-se o Plano da Matemática (2006), medida proposta pelo governo socialista, no âmbito do qual cada escola foi incentivada a apresentar um projeto organizado com o objetivo de melhorar o desempenho dos alunos e assim assegurar uma maior justiça cognitiva. Tendo por base esta medida, o presente artigo dá conta de um estudo que analisa o lugar da contextualização curricular na disciplina de Matemática no 3.º ciclo do ensino básico em Portugal (2012-2016). Em particular, o artigo analisa efeitos da experiência vivida por professores no desenvolvimento do projeto Plano da Matemática bem como as suas implicações nas práticas curriculares para a promoção de uma aprendizagem que concretize princípios de justiça cognitiva e social. Os dados foram recolhidos por meio de entrevistas semiestruturadas a professores de Matemática sobre práticas curriculares por eles desenvolvidas, e o modo como nelas são contemplados procedimentos de contextualização curricular. Os discursos produzidos foram analisados pela técnica de análise de conteúdo. Os resultados do estudo, entre outros aspetos, indicam que o desenvolvimento do Plano da Matemática impulsionou práticas de contextualização curricular tendo como referência o sujeito/aluno, o local/contexto, os conteúdos disciplinares e a prática pedagógica. Proporcionou também a diversificação de tarefas, o trabalho colaborativo entre pares e a autoavaliação das práticas, o que demonstra que as políticas centrais influenciam fortemente as condições que os professores têm para o desenvolvimento do currículo e até as concepções de educação que valorizam.
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