MENTALIDADE ILUMINISTA E SEDIÇÃO DO BACHAREL EM DIREITO NO BRASIL DO SÉCULO XIX
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2019v17i2p402-418Palavras-chave:
Universidade, Currículo, Iluminismo, Sedição.Resumo
Este artigo apresenta os resultados da pesquisa científica cujo propósito foi o de contribuir com os debates sobre as bases que orientam a lógica curricular universitária do Bacharel em Direito no Brasil, no fim do século XIX. O estudo se preocupou em descrever a racionalidade formativa desses acadêmicos e sua relação com os elementos determinantes que culminam com a revolução de 1889, procurando os elementos sediciosos que as aliançam. Os dados analisados no currículo das Academias de Direito do Recife e de São Paulo, demonstram que o “espírito revolucionário” dos Bacharéis não possui lastro no curso e sua formação em si, mas no autodidatismo e nos estudos em literaturas europeias dos intelectuais acadêmicos que dela faziam parte, como Castro Alves, Joaquim Nabuco, Sílvio Romeiro, Rui Barbosa, entre outros.
Referências
ADORNO, Sérgio. Os aprendizes do poder: o bacharelismo liberal na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
BARROS, Roque S. M. de. A ilustração brasileira e a ideia de universidade. São Paulo: Ed. USP, 1986.
BOBBIO, Norberto. Os intelectuais e o poder: dúvidas e opções dos homens de cultura na sociedade contemporânea. São Paulo: Ed. UNESP, 1997.
CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: elite política imperial. Teatro de sombras: a política imperial. 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
CUNHA, Luiz Antônio. A universidade temporã. 2. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1986.
DUARTE, Newton. A individualidade para-si: contribuição a uma teoria histórico-social da formação do indivíduo. 2. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1999.
______. Educação escolar, teoria do cotidiano e a Escola de Vigotski. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2001. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo, 55).
FAORO, Raimundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. São Paulo: Globo, 1977. v. 2.
FERNANDES, Florestan. Sociedade de classes e subdesenvolvimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1969.
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
NESTOR, Odilon. Faculdade de Direito do Recife: traços de sua história. 2. ed. Recife: Imprensa Industrial, 1930.
SAES, Décio. Classe média e política na Primeira República (1889-1930). Petrópolis, RJ: Vozes, 1975.
______. Classe média e sistema político no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1984.
SALDANHA, Nelson. A Escola do Recife. Caruaru: Faculdade do Direito de Caruaru, [s./d.]. (Caderno n. 66).
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1991.
SEELAENDER, Airton L. C. O contexto do texto: notas introdutórias à história do Direito Público na Idade Moderna. Revista Sequência, Florianópolis: Ed. UFSC, n. 55, p. 253-286, 2007.
VALLE, Ione Ribeiro. Sociologia da educação: currículo e saberes escolares. Florianópolis: Ed. UFSC, 2011.
VAMPRÉ, Spencer. Memórias para a história da Academia de São Paulo. São Paulo: Saraiva, 1924.
VAZ, Henrique C. de L. Antropologia Filosófica I. São Paulo: Loyola, 1991.
VÁZQUEZ, Adolfo S. Filosofia da práxis. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
VENÂNCIO FILHO, Alberto. Das arcadas ao bacharelismo: 150 anos de ensino jurídico. São Paulo: Perspectiva, 2004.
VIANNA, Oliveira. O idealismo da Constituição. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1939.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.Todo o conteúdo da Revista e-Curriculum é aberto para acesso público, propiciando maior visibilidade, alcance e disseminação dos trabalhos publicados.