Cartas a Paulo Freire

Denúncias de opressão, anúncios de liberdade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2021v19i3p1174-1197

Palavras-chave:

Paulo Freire, Cartas pedagógicas, Pedagogia do Oprimido, Formação de professores/as

Resumo

Neste artigo, a Pedagogia do Oprimido é lida a partir da cena epistolográfica constituída no universo dos livros-carta de Paulo Freire e tecida em uma pesquisa-formação orientada pela leitura-escrita de cartas pedagógicas. O estudo coletivo, realizado com 30 professores/as em formação em uma universidade pública mineira, fundamentou-se na escrita de cartas-resposta a Freire como instrumento para “escuta” do encontro entre suas vozes. Apresentam-se os movimentos de leitura crítica da realidade constituídos: “denúncias”, com a tríade DESUMANIZAÇÃO-OPRESSÃO-VIOLÊNCIA; e “anúncios”, com a tríade AMAR-LUTAR-ESPERANÇAR. Transcorridos 50 anos da Pedagogia do Oprimido, permanecem as lutas que Paulo Freire anunciou e viveu, mas também sobrevive, com a força de um pensamento propositivo e esperançoso, seu anúncio de liberdade e bem viver. No traçado inacabado das cartas, a máxima que não se pode silenciar: Paulo Freire, presente!

Biografia do Autor

Bruna Sola da Silva Ramos, Universidade Federal de São João del-Rei

Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Mestre em Educação e Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Professora Adjunta do Departamento de Ciências da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São João del-Rei. Coordenadora do Grupo de Estudos Críticos do Discurso Pedagógico (GECiP/CNPQ).

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Publicado

2021-09-29

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Artigos