Currículos de terapia ocupacional em universidades públicas do Nordeste
áreas social e educação em foco
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2022v20i1p415-443Palavras-chave:
terapia ocupacional, formação profissional, currículoResumo
Após a Segunda Guerra Mundial, a demanda de atuação do terapeuta ocupacional no Brasil restringia-se à área da saúde, em razão dos sequelados de guerra. A partir de 1970, essa atuação foi ampliada para as áreas social e educação. As Diretrizes Curriculares Nacionais, entretanto, não preconizam como essas áreas devem ser abordadas nos currículos. Analisar a ênfase das áreas da educação e social nos currículos de terapia ocupacional das Instituições de Ensino Superior públicas do Nordeste do Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e documental, que utilizou como fonte de análise os Projetos Pedagógicos de Curso da Universidade Federal de Sergipe, Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal de Pernambuco e Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, obtidos através dos sítios eletrônicos dessas instituições. A análise baseou-se na técnica da leitura flutuante, perpassando pelas proposições institucionais de perfil do egresso, as metodologias de ensino utilizadas para alcançar esse perfil, a matriz curricular e as práticas profissionais desenvolvidas durante a graduação. Todas as instituições propõem uma formação generalista em seus currículos. A inclusão das áreas social e educação entre os campos de atuação do terapeuta ocupacional não é unânime, e quando presentes, os módulos específicos dessas áreas nem sempre são obrigatórios. Ambas as áreas têm carência na oferta de estágios supervisionados, reduzindo as oportunidades às práticas desenvolvidas nos módulos específicos. Faz-se necessário repensar os currículos de terapia ocupacional e seus documentos norteadores, para contemplar de modo equânime todas as áreas de atuação desse profissional.
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