EDUCAÇÃO APÓS A INTRUSÃO DE GAIA: E O QUEER TEM A VER COM ISSO?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2019v17i3p1436-1457

Palavras-chave:

Cosmoecologia queer, Antropocentrismo, Política de Currículo, Ecologia Política, Intrusão de Gaia.

Resumo

Neste texto, inspirado pela formulação de Isabelle Stengers sobre a intrusão de Gaia, busco explorar relações entre política de currículo, ecologia política e crítica queer em nossa era chamada de Antropoceno. A partir de intercessores da literatura e do teatro, argumento, por um lado, a possibilidade de existir experiência educacional por fora da retórica do primado do sujeito humano como projeto de formação do currículo no passo que, para tanto, insisto que necessitamos de práticas queers que nos desloquem das formas habituais de pensar à política, ecologia e natureza. Mobilizo, assim, a imaginação cosmoecológica da ética bicha para perturbar as histórias esmagadoras do gêmeo tributário do sujeito da educação, o puído antropocentrismo, que, vai não vai, surge revigorado, confundido com a própria matéria do currículo. Ao fim, sugiro que política curricular está mais para um experimento de estar mundo, de criar mundos, de encontrar um mundo, de encontrar modos de estar em circuitos de forças de transfigurações alquímicas; uma ecologia estético-política em que se desdobram trajetórias muito além – ou mesmo aquém – dos modelos humanistas de reconhecimento ou dos registros hiperintelingíveis usuais da normatividade e do Estado.

Biografia do Autor

Thiago Ranniery, UFRJ

icenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Sergipe com Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais e Doutorado em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instituição na qual foi Pós-Doutorando Júnior com bolsa do CNPq (2017-2018). É atualmente Jovem Cientista Nosso Estado da FAPERJ. Atua como professor do Programa de Pós-graduação em Educação na Linha de Pesquisa Currículo, Docência e Linguagem da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no qual atualmente ocupa o cargo de Chefia do Departamento de Didática e é membro do Comitê PIBIC-UFRJ. Foi Coordenador de Estágios dos Cursos de Licenciatura da UFRJ (2016-2018) e da Equipe de Didática das Ciências Biológicas (2016-2017). É também professor do Programa de Mestrado Profissional em Rede em Ensino de Biologia (ProfBio) do Instituto de Biologia da UFRJ. É membro do Projeto Fundão-Biologia, no qual coordena o projeto de extensão Fundão-Biologia nas fronteiras da diferença e pesquisador do Laboratório Núcleo de Estudos de Currículo (LaNEC) da mesma universidade, onde coordena o Bafo! - Bando de Estudos e Pesquisas em Currículo, Ética e Diferença, e do Grupo Currículo e Diferença da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É membro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED) e da Associação Brasileira de Currículo (ABdC).Tem experiência na área de Educação e Currículo, com produção acadêmica voltada para os estudos queers pós-coloniais e decoloniais, estudos da performance e da performatividade, teoria do afeto, gênero, sexualidade e diferença. Coordena o projeto de pesquisa "Currículo, ontologia e formas de vida: o vírus como figura de poder" (Edital ARC/2016 e Iniciação Científica/2017 da FAPERJ e Edital PIBIC 2018-2020/UFRJ) e é Coordenador do Ensino de Fundamental do projeto de pesquisa interinstitucional "Formar professores e produzir currículo nas escolas uma alternativa às políticas centralizadas" (Edital CNPq de Pesquisa e Inovação em CHSA/CNPq).

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Publicado

2019-12-19

Edição

Seção

Dossiê ABdC 2019: "Confrontos e resistências nas políticas educacionais e curriculares no contexto atual"