Cadeiras disciplinantes e currículos indisciplinados

como se envolver com outros modos de “sentirfazerpensar” os movimentos imprevisíveis dos cotidianos?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2023v21e59625

Palavras-chave:

cadeiras, modelos disciplinadores, currículos cotidianos

Resumo

A cadeira, como um artefato de distinção de classe, como um dispositivo funcional com implicações na criação da “alma”, como um artefato de disciplinarização dos corpos, está no condicionamento de dominação de um sistema vigilante, doutrinador, torturador e punitivo. Assim sendo, neste artigo, pretendemos trazer a cadeira para o centro e para as margens da conversa acerca dos processos de disciplinarização e controle dos corpos e propomos o deslocamento para “sentirfazerpensar” outros modos curriculares com os cotidianos. É uma conversa de terreiro, chão de terra batida, no pátio da escola, no campo de várzea e onde mais a nossa imaginação nos levar. São saberes compartilhados, em uma roda onde experimentamos o sentar de cócoras; afinal, ninguém sabe o que pode o corpo.

Biografia do Autor

Leonardo Rangel, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA

Doutor em Educação. Professor de Sociologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFBA. Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica - ProfEPT/IFBA. Associado ao Mestrado Profissional em Educação - MPED/UFBA. Pós-Doutor em Cotidianos, Redes Educativas e Processos Culturais pela ProPEd/UERJ. Participa de projetos nas áreas dos Processos Formativos, Currículo, Educação, Cuidado e Cotidianos.

Noale Toja , Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Doutora em Educação - ProPEd/ UERJ, (2021) - Movimentos migratórios e seus ?fazeressaberes? culinários nos/dos/com os cotidianos. Orientadora Prof.ª Drª Nilda Guimarães Alves. Bolsa FAPERJ. Pesquisadora integrante do GRPesq Currículos Cotidianos, Redes Educativas, Imagens e Sons, Coordenado pela pesquisadora Nilda Guimarães Alves, atuando principalmente nos seguintes temas: Currículos, redes educativas, cinema, artefatos culturais e tecnológicos. Mestre, Educação, Cultura e Comunicação pela UERJ/FEBF / Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. Pesquisa em Comunicação e Educação, com a produção "TV Maxambomba, processos de singularização", Orientada pelo Dr. Prof. Mauro José Sá Rego Costa. Pedagoga pela Faculdade de Formação de Professores-FFP/UERJ. Na pesquisa, atuante na criação de peças audiovisuais, artes visuais e podcast, bem como ministrante de minicurso e oficinas em parceria com integrantes do GrPesq. No camo profissional, diferentes atuações com oficinas de artes e tecnologias como expressão, utilizando mídias digitais nas áreas de Educação e Comunicação Popular, em ações que utilizem a metodologia da produção de vídeo participativo no processo de aprendizagem. Alguns projetos importantes: * Coordenação Oi Kabum! Lab - Laboratórios de Cultura Digital. * Atuação na área de produção de vídeo na Escola de Arte e Tecnologia, Oi Kabum! - Oi Futuro - CECIP - Centro de Criação de Imagem Popular; Atuou na Coordenação Pedagógica do Núcleo de Produção da Escola de Arte e Tecnologia Oi Kabum!; Coordenou Ações Multiplicadoras na Escola de Arte e Tecnologia - Proliferantes; Coordenou a produção do projeto de comunicação comunitária TV Pinel e Projetos de educação e mídias da Imagem na Ação-Núcleo de Desenvolvimento de Projetos de Comunicação e Cidadania. Foto: Ricardo Aleixo, SESC Quintandinha, 2014.

Juliana Rodrigues , Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Doutoranda em Educação. Mestra pelo programa de Pós-graduação em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, possui graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com Licenciatura em Formação de Professores para a Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental para Crianças e Jovens. Pós-graduada em Ciências da Religião pela Faculdade São Bento. Rio de Janeiro. Com experiência na área de Educação, ênfase em Currículo e Ensino Religioso, tem atuado principalmente nos seguintes temas: redes educativas, ensino religioso, cotidianos, com mais de 15 anos de prática de sala de aula e integrante do GrPesq. Currículos cotidianos: redes educativas, imagens e sons? da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). 

Referências

Arroyo, Miguel G. Corpos precarizados que interrogam nossa ética profissional. In: Arroyo, Miguel G.; Silva, Maurício Roberto da (orgs.). Corpo infância: exercícios tensos de ser criança. Por outras pedagogias dos corpos. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 23-54.

Baitello Junior, Norval. O pensamento sentado: sobre glúteos, cadeiras e imagens. São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2012.

Bosi, Alfredo. Os trabalhos da mão. São Paulo: Posigraf, 2017.

Castro, Eduardo Viveiros de. No Brasil, todo mundo é índio, exceto quem não é. Povos Indígenas no Brasil. [s. l.], 2001. Disponível em: https://www.pib.socioambiental.org/files/file/PIB_institucional/No_Brasil_todo_mundo_%C3%A9_%C3%ADndio.pdf. Acesso em: 13 jan. 2020.

Castro, Eduardo Viveiros de. Metafísicas canibais. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

Certeau, Michel. A invenção do cotidiano: artes do fazer. Petrópolis: Vozes, 2014.

Deleuze, Gilles. Conversações. São Paulo: 34, 1992.

Deleuze, Gilles; Guattari, Félix. Mil platôs. v. 3. Rio de Janeiro: 34, 1996.

Dussel, Inés; Caruso, Marcelo. A invenção da sala de aula. São Paulo: Moderna, 2003.

Elias, Norbert. O processo civilizador I. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.

Evaristo, Conceição. Da grafia-desenho de minha mãe um dos lugares de nascimento de minha escrita. Depoimento. Nossa Escrevivência, Maricá, ago. 2012. Disponível em: http://nossaescrevivencia.blogspot.com/2012/08/da-grafia-desenho-de-minha-mae-um-dos.html. Acesso em: 6 set. 2021.

Foucault, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1987.

Foucault, Michel. Ditos e escritos. Estética: literatura e pintura. v. III. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

hooks, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.

Ingold, Tim. Estar Vivo: ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Petrópolis: Vozes, 2015.

Krenak, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

Lapoujade, David. Deleuze, os movimentos aberrantes. São Paulo: n-1 Edições, 2015.

Larrosa, Jorge. Linguagem e educação depois de Babel. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

Lévi-Strauss, Claude. Raça e ciência. São Paulo: Perspectiva, 1970.

Maldonado-Torres, Nelson. A topologia do Ser e a geopolítica do conhecimento. Modernidade, império e colonialidade. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 80, p. 71-114, mar. 2008. Disponível em: https://journals.openedition.org/rccs/695. Acesso em: 3 nov. 2021.

Rangel, Leonardo. Movimento L – Da cabeça aos pés: o caminhar como dispositivo des-articulador. In: Santos, Edméa; Rangel, Leonardo (orgs.). O caminhar na educação: narrativas de aprendizagens, pesquisa e formação. Ponta Grossa: Atena, 2020. p. 49-62.

Schérer, René. Aprender com Deleuze. Educação & Sociedade, Campinas, v. 26, n. 93, p. 1183-1194, set./dez. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/GmQZtY6nDyzP9TZFxPZzZtb/?lang=pt. Acesso em: 3 nov. 2021.

Varela, Julia. O estatuto do saber pedagógico. In: Silva, Tomaz Tadeu da (org.). O sujeito da educação: estudos foucaultianos. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 87-96.

Downloads

Publicado

2023-11-30

Edição

Seção

Artigos