O objeto de pesquisa como temporalidade e autobiografia
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2023v21e59741Palavras-chave:
currículo; autobiografia; currere.Resumo
O que trago hoje para vocês é o relato da construção de um itinerário de pesquisa que, ao modo de um lego, vai sendo constituído ao longo de estudos cuja direção nem sempre é intuída de imediato. Os textos, e essa me parece a forma do fazer científico em Educação, vão trazendo questões que, não necessariamente, estão na narrativa estudada, mas no encontro, a partir de um conjunto de circunstâncias muito singulares, com as narrativas com as quais nos deparamos ao longo do estudo. O tema da autobiografia, como metodologia, se notabiliza no contexto do movimento da reconceptualização americana que, em movimento análogo ao já descrito por Bachelard (1986), surge em polêmica com o pensamento educacional vigente, a saber, a educação tyleriana. Willian F. Pinar (2007), nesse contexto, desenvolve o método currere, que inspira o presente artigo. Portanto, o convite que faço a vocês por esse texto, é tentar pensar o não-sujeito, desenhando o si próprio como um modo operatório singular da responsividade, do ato de responder às interpelações do mundo. Do meu ponto de vista, nossa tarefa mais importante enquanto pesquisadores/educadores, nos dias que correm, é contribuir, se não para o fim, para uma diminuição drástica das desigualdades sociais. Nesse movimento de tentar substituir o individualismo pela interdependência (BUTLER, 2021b), meu objeto é meu próprio magistério que mescla existência e ciência, seus paradoxos, suas aporias.
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