<strong>A PREPARAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DO MAGISTÉRIO SUPERIOR FAR-SE-Á EM NÍVEL DE PÓS-GRADUAÇÃO? OS DOCENTES INICIANTES RESPONDEM</strong>

Resumo

O texto apresenta resultados de pesquisa que buscou identificar possíveis contribuições que cursos de pós-graduação stricto sensu proporcionaram para professores universitários iniciantes em relação a sua formação como docente e que repercussões tiveram nos seus que-fazeres. Esses cursos privilegiam o desenvolvimento de habilidades para a pesquisa que são valorizadas na educação superior, mas não discutem os saberes necessários para o ensino. Quando assumem a docência, as exigências da prática surpreendem os professores ao perceberem que os saberes para ensinar não decorrem linearmente dos saberes para pesquisar. Entendemos que é necessária uma formação que reconheça que os saberes para a docência exige preparação acadêmica numa perspectiva teórica e prática diferente dos saberes para a pesquisa. Essa foi uma das condições que sustentou a investigação realizada com 27 docentes iniciantes atuando em diferentes áreas do conhecimento e em diferentes universidades do sul do Brasil. A coleta de dados, realizada através de entrevistas semi estruturada, procurou suscitar a discussão sobre a condição de a pós-graduação constituir-se no lugar de formação do docente universitário. A análise dos dados foi realizada à luz do referencial teórico de Santos (1999), Marcelo Garcia (1999), Pimenta (1999), Zabalza (2004), Mayor Ruiz (2009), Cunha (2010), dentre outros. Os professores reconheceram que pesquisar pode gerar conhecimentos possíveis para enfrentar os desafios do ensino. Em contrapartida, as respostas nos permitem concluir que cursos de stricto sensu não os prepararam para a docência, entendida como uma ação complexa que exige preparação cuidadosa e que mobiliza uma multiplicidade de saberes e conhecimentos específicos.