Engenharia Didática como metodologia de pesquisa e dispositivo metodológico para a sala de aula<br>Didactic Engineering as a research methodology and methodological procedure for the classroom

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2020v22i3p429-456

Palabras clave:

Engenharia Didática, Metodologia de pesquisa, Dispositivo metodológico, Estatística e Probabilidade.

Resumen

Resumo

Este trabalho é o resultado dos estudos de um grupo de investigação que trabalha com Engenharia Didática como metodologia de pesquisa; é oriundo de duas pesquisas e tem como objetivo expor uma defesa desta metodologia em trabalhos que focam, sobretudo, nos eventos que ocorrem na sala de aula. Essa pertinência de “como” realizar a pesquisa se justifica, por um lado, pelo fato de sistematizar a tarefa do pesquisador, mantendo foco e disciplina. Por outro, por permitir internalizar os efeitos da observação, desde o modo pelo qual os alunos realizam as atividades propostas até todo aparato que está no entorno físico e cognitivo em questão, servido também como procedimento metodológico às atividades de ensino. Diante disso, a questão que norteia este artigo é “quais as potencialidades e limitações que a Engenharia Didática como procedimento metodológico ofereceu durante a realização da pesquisa?” Para responder esta questão, optou-se por analisar os resultados obtidos por uma aluna que participou de todas as fases da Engenharia Didática, como procedimento metodológico, durante abordagem de ideias que circundam os primeiros contatos com o conceito de probabilidade. Diante disso, apuramos que as potencialidades podem ser descritas como a possibilidade de verificar os conhecimentos prévios dessa aluna; a valorização do contexto em que a aluna se encontra inserida; a participação da aluna ativamente no processo; os momentos de discussão e a voz da aluna, carregada de crenças, enquanto as limitações nos fizeram enxergar a dependência dos alunos na figura do professor, visto como detentor do saber.

Palavras-chave: Engenharia Didática, Metodologia de pesquisa, Procedimento metodológico, estatística e Probabilidade.

Abstract

This work is the result of the studies of a research group that works with Didactic Engineering as a research methodology; it comes from two researches and aims to expose in defense of this methodology in works that focus, above all, on events that occur in the classroom. This relevance of “how” to conduct a research is justified, on the one hand, by the fact of systematizing the researcher's task, maintaining focus and discipline. On the other hand, because it allows internalizing the effects of observation, from the way in which students carry out the proposed activities to any apparatus that is in the physical and cognitive environment in question, also served as a methodological procedure. Therefore, the question that guides this article is: What are the potentials and limitations that Didactic Engineering as a methodological procedure offered during the research? To answer this question, it was decided to analyze the results obtained by a student who participated in all phases of Didactic Engineering, as a methodological procedure, during the approach of ideas that surround the first contacts with the concept of probability. In view of this, we have found that the potentialities can be described as the possibility of checking the students' previous knowledge; valuing the context in which the student is inserted; the student’s active participation in the process; the moments of discussion and the student's voice, full of beliefs, while the limitations have led us to see the students' dependence on the figure of the teacher, as the holder of knowledge.

Keywords: Didactic Engineering, Research Methodology, Methodological procedure, Statistics and Probability.

Resumen

Este trabajo es el resultado de los estudios de un grupo de investigación que trabaja con la Ingeniería Didáctica como método de investigación; proviene de dos investigaciones y pretende exponer en defensa de esta metodología en un trabajo que se centra, sobre todo, en las ocurrencias que ocurren en clase. Esta pertinencia del “cómo” realizar la investigación se justifica, por un lado, por la necesidad de sistematizar la tarea del investigador, manteniendo el enfoque y la disciplina. Por otro lado, porque permite internalizar los efectos de la observación, en la forma en que los Estudiantes realizan las actividades propuestas con todos aparatos que se ubique en el entorno físico y cognitivo del campo, sirviendo también como dispositivo metodológico. Por tanto, la pregunta que guía este artículo es: ¿cuáles son las potencialidades y limitaciones ofrece Ingeniería Didáctica como procedimiento metodológico durante la investigación? Para responder a esta pregunta, se decidían alisarlos resultados obtenidos por un estudiante que participo en todas las fases de la Ingeniería Didáctica, como procedimiento metodológico, durante el abordaje de ideas que hizolos primeros contactos con el concepto de probabilidad. Por tanto, encontramos que el potencial podría describirse como la posibilidad de verificar el conocimiento previo de este alumno; valorar el contexto en el que se inserta el alumno; participación del alumno en el proceso; momentos de discusión y la voz del alumno, cargado de creencias, mientras las limitaciones nos hacían ver la dependencia de los alumnos de la figura del profesor, entendido como poseedor de conocimientos.

Palabras clave: Ingeniería Didáctica, Metodología de la Investigación, procedimiento Metodológico, Estadística y Probabilidad.

Métricas

Cargando métricas ...

Biografía del autor/a

Cristimara Rodrigues de Castilho, Universidade Federal de Juiz de Fora

Possui graduação em Matemática pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2017). Mestre em Educação Matemática (2020) pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Atualmente atua como residente docente no Programa de Residencia Docente da UFJF atuando no Colégio de Aplicação João XXIII, desde o início de março de 2020. É integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, GREPEM, na UFJF discutindo sobre as párticas docentes e a formação de professores de matemática. Se ocupa com a pesquisa da área de Educação Matemática na tendencia da Educação Estatística, visando o exercício do letramento estatístico e probabilístico para a formação crítica do cidadão.

Heloísa de Almeida Figueiredo, Universidade Federal de Juiz de Fora

Graduada em Licenciatura Plena em matemática pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestranda do Programa de Mestrado Profissional em Educação Matemática na Universidade Federal de Juiz de Fora. Participou do Programa de iniciação a docência PIBID, trabalha sobretudo na construção de modelos matemáticos em origami. Atualmente, desenvolve pesquisas na área de Educação estatística. Tem experiência da área de educação, com ênfase em matemática, trabalhando como professora em uma escola da rede particular do município de Niterói-RJ.

 

Chang Kuo Rodrigues, Universidade Federal de Juiz de Fora

Possui graduação em Licenciatura em Ciências Plenas pelo Centro Universitário de Brasília (1984), mestrado em Educação Matemática pela Universidade Santa Úrsula (1999) e doutorado em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2009). Atualmente é docente permanente do programa de Mestrado Profissional em Educação Matemática da Universidade Federal de Juiz de Fora. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Financeira, Educação Estatística, Inclusão, Ensino da Matemática na Educação Básica e Superior.

Citas

Almouloud, S. (2007). Fundamentos da Didática da Matemática. Editora da Universidade Federal de Paraná.

Artigue, M. (1988). IngénierieDidactique. Recherches em Didactique dês Mathématiques, Grenoble, v. 9, n. 3, p. 281-308.

Bogdan, R.; Biklen, S. (1994).Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto editora.

Campos, C. R. (2007). A educação estatística: uma investigação acerca dos aspectos relevantes à didática da Estatística em cursos de graduação.[Tese dedoutorado em Educação Matemática, Universidade Estatual de São Paulo, Rio Claro].https://repositorio.unesp.br/handle/11449/102161

Campos, C. R.; Wodewotzki, M. L. L.; Jacobini, O. R. (2013). Educação Estatística: teoria e prática em ambientes de modelagem matemática. Belo Horizonte-MG: Autêntica.

Coutinho, C. de Q. et al. (1994).Introdução ao conceito de probabilidade por uma visão frequentista: Estudo Epistemológico e Didático.[Tese de doutorado em Educação Matemática, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo].https://tede2.pucsp.br/handle/handle/11159

Dolz, J. et al. (2004).Sequências didáticas pahra o oral e a escrita: apresentação de um procedimento.Gêneros orais e escritos na escola.Campinas: Mercado de Letras, p. 95-128.

Freire, P. (2005).Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra.

Gal, I. (2002).Adults' statisticalliteracy: Meanings, components, responsibilities.Internationalstatistical review, v. 70, n. 1, p. 1-25.https://iase-web.org/documents/intstatreview/02.Gal.pdf

Gal, I. (2005).Towards “probability literacy" for all citizens: Building blocks and instructional dilemmas. In: Exploringprobability in school. Springer, Boston, MA, p. 39-63. https://www.researchgate.net/publication/227065116_Towards_Probability_Literacy_for_all_Citizens_Building_Blocks_and_Instructional_Dilemmas

Kataoka, V. Y.; Da Silva, C. B.; Cazorla, I. (2014). Passeios Aleatórios da Carlinha: uma sequência de ensino de probabilidade. Quadrante, v. 23, n. 2, p. 23-46.https://quadrante.apm.pt/index.php/quadrante/article/view/455

Marocci, L.; Nacarato, A. M. (2013). Um ambiente de aprendizagem baseado na resolução de problemas: a possibilidade de circulação de significações sobre probabilidade por meio da linguagem. Educação Matemática Pesquisa: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática, v. 15, n. 1.https://revistas.pucsp.br/emp/article/view/10533

Pommer, W. M. (2013).A Engenharia Didática em sala de aula: Elementos básicos e uma ilustração envolvendo as Equações Diofantinas Lineares. São Paulo.

Sharma, S. (2017). Definitions and models of statistical literacy: a literature review. Open Review of Education all Research, v. 4, n. 1, p. 118-133. https://doi.org/10.1080/23265507.2017.1354313

Watson, J. M. (2006). Statistical literacy at school: growth and goals. Nova Jersey. Lawrence Aribaum Associates. https://www.routledge.com/Statistical-Literacy-at-School-Growth-and-Goals/Watson/p/book/9780805853995

Zabala, A. (2015). A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Penso.

Publicado

2021-01-09

Cómo citar

CASTILHO, C. R. de; FIGUEIREDO, H. de A.; RODRIGUES, C. K. Engenharia Didática como metodologia de pesquisa e dispositivo metodológico para a sala de aula&lt;br&gt;Didactic Engineering as a research methodology and methodological procedure for the classroom. Educação Matemática Pesquisa, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 429–456, 2021. DOI: 10.23925/1983-3156.2020v22i3p429-456. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/50769. Acesso em: 18 nov. 2024.

Número

Sección

Finalizada - Número temático 2020 - Metodologia de Pesquisa em Educação Matemática: rumos e perspectivas