Letramento estatístico na Educação Básica: os desafios de ensinar o diagrama da caixa (box-plot) em contexto<br>Statistical literacy in Basic Education: the challenges of teaching an in-context box-plot diagram
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2021v23i1p499-529Palabras clave:
Educação Estatística, Sequência de Ensino, Diagrama da caixa (box-plot), Registros de Representação, TransnumeraçãoResumen
ResumoEste artigo tem por objetivo analisar e refletir sobre os resultados da implementação de uma sequência de ensino de estatística envolvendo variáveis quantitativas e o papel dos registros de representação na transnumeração dos dados brutos no diagrama da caixa (box-plot). Trata-se de uma pesquisa de campo do tipo qualitativa descritiva, percorrendo, como metodologia, as fases do ciclo investigativo, em que participaram 31 estudantes do ensino médio que analisaram seus dados sobre relação entre hábitos de estudos e desempenho na disciplina de matemática. Como resultados, verificou-se a complexidade de trabalhar variáveis quantitativas e a construção do diagrama da caixa com dados reais em sala de aula e que as estratégias adotadas contribuíram para a compreensão dos dados e conceitos estatísticos em contexto. Além disso, verificou-se que a metodologia adotada propiciou o engajamento dos estudantes na atividade, a tomada de consciência dos fatores que interferem no rendimento escolar, a importância de hábitos adequados e a frequência de estudo para o aprendizado.
Palavras-chave: Educação estatística, Sequência de ensino, Diagrama da caixa (box-plot), Registros de representação, transnumeração.
Abstract
This paper analyses and reflects on the results of the implementation of a teaching sequence in statistics involving quantitative variables and the role of representation records in the transnumeration of raw data in the box-plot. It is a descriptive qualitative field research, covering, as a methodology, the stages of the investigative cycle, in which 31 high school students participated. These students analysed their data on the relationship between study habits and performance in the course of mathematics. As a result, it was possible to verify the complexity of working with quantitative variables, and the complexity of constructing the box-plot with real data in the classroom. The strategies adopted contributed to the understanding of data and statistical concepts in context. Furthermore, the study revealed that the methodology adopted led students to engage in the activity, raised awareness on the factors that interfere with school performance, the importance of proper habits, and the frequency of study for learning.
Keywords: Statistical education, Teaching sequence, Box-Plot, Representation records, Transnumeration.
ResumenMétricas
Citas
Araújo, P. C. & Abar, C. A. A. (2012). Sobre o Boxplot no GeoGebra. 1ª Conferência Latino Americana de Geogebra, p. 13-21. https://revistas.pucsp.br/index.php/IGISP/article/view/8115/6574.
Batanero, C. (2001). Didáctica de la Estadística. Universidad de Granada.
Batanero, C. (2013). Sentido Estadístico: componentes y desarrollo. In: Contreras, J. M.; Cañadas, G. R.; Gea, M. M.; Arteaga, P. (Eds). Actas de las Jornadas Virtuales en Didáctica de la Estadística, Probabilidad y Combinatoria, 1., 2013, Granada: Departamento de Didáctica de la Matemática de la Universidad de Granada, 2013. p. 55-61. http://www.jvdiesproyco.es/documentos/ACTAS/1%20Ponencia%206.pdf.
Cazorla, I. M. & Oliveira, M. S. (2010). Para saber mais. In I. M. Cazorla e E. Santana (Orgs.). Do tratamento da Informação ao Letramento Estatístico (pp. 113-144). Itabuna: Via Litterarum.
Cazorla, I. M., Kataoka, V. Y. & Silva, C. B. (2010). Trajetória e perspectivas da Educação Estatística no Brasil: um olhar a partir do GT12. In: Lopes, C. E.; Coutinho, C. D. Q. E. S.; Almouloud, S. A. (Org.). Estudos e reflexões em Educação Estatística. Campinas: Mercado de Letras (p. 19-44). Série Educação Estatística em Foco.
Chick, H. L. (2003). Transnumeration and the art of data representation. In L. Bragg, C. Campbell, G. Herbert, e J. Mousley (Eds.), Proceedings of the 26th annual conference of the Mathematics Education Research Group of Australasia (pp. 207-214). Sydney: MERGA.
Chick, H. L. (2004). Tools for transnumeration: Early stages in the art of data representation. Em I. Putt, R. Faragher, e M. McLean (Eds.), Proceedings of the 27th Annual Conference of the Mathematics Education Research Group of Australasia (pp. 167-174). Sydney: MERGA.
Cobo, B. (2003). Significados de las medidas de posición central para los estudiantes de secundaria [Tese de Doutorado, Universidade de Granada]. https://www.ugr.es/~batanero/pages/ARTICULOS/tesiscobo.pdf.
Cobo, B. & Batanero, C. (2000). La mediana en la educación secundaria obligatoria: ¿un concepto sencillo? UNO, 23, 85-96.
Coutinho, C., Silva, M. & Almouloud, S. (2011). Desenvolvimento do Pensamento Estatístico e sua Articulação com a Mobilização de Registros de Representação Semiótica. Bolema, 24(39), 495-514.
Coutinho, C. & Souza, F. (2015). Análise didática do uso dos softwares R e Geogebra no desenvolvimento do letramento estatístico. IASE. http://iase-web.org/documents/papers/sat2015/IASE2015%20Satellite%2035_COUTINHO.pdf?1438922670.
Damin, W; Santos-Junior, G. & Pereira, R. S. G. (2019). Constituição dos Saberes da Formação Profissional no Curso de Licenciatura em Matemática para o ensino de Estatística. Revemat, Florianópolis (SC), v.14, Edição Especial Educação Estatística, p. 1-21.
Duval, R. (2003). Registros de representações semióticas e o funcionamento cognitivo da compreensão em matemática. In: Machado, S. A. (org.). Aprendizagem em matemática: registro de representação semiótica. Campinas-SP: Papirus, 2003. cap. 1, p. 11-31.
Duval, R. (2009). Semiósis e pensamento humano: registro semiótico e aprendizagens intelectuais. São Paulo: Editora Livraria da Física.
Duval, R. Tradução: Méricles Thadeu Moretti. (2012). Registros de representação semiótica e funcionamento cognitivo do pensamento. Revemat, 7(2), 266-297.
Edwards, T. G; Özgün-Koca, A.; Barr, J. (2017). Interpretations of boxplots: helping middle school students to think outside the box. Journal of Statistics Education, 25(1), 21-28. https://doi.org/10.1080/10691898.2017.1288556.
Figueiredo, T. (2017). Mediana e quartis: um caso de estudo das dificuldades de aprendizagem de alunos do 8.º ano de escolaridade [Dissertação de mestrado em Matemática para professores, Universidade de Aveiro]. https://ria.ua.pt/bitstream/10773/21920/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o_Teresa_Figueiredo.pdf.
Gal, I. (2002). Adult statistical literacy: Meanings, components, responsibilities. International Statistical Review, 1(70), 1-25.
Henriques, A. & Almouloud, S. A. (2016). Teoria dos registros de representação semiótica em pesquisas na Educação Matemática no Ensino Superior: uma análise de superfícies e funções de duas variáveis com intervenção do software Maple. Ciênc. educ. (Bauru)[online], 22(2), 465-487. http://dx.doi.org/10.1590/1516-731320160020012.
Henriques, Ana. & Oliveira, H. (2019). Transnumeração em contexto STEM: Um cenário de aprendizagem desenvolvido por futuros professores com alunos do 8.º ano. Em J. M. Contreras, M. M. Gea, M. M. López-Martín & E. Molina-Portillo (Eds.), Actas del Tercer Congreso Internacional Virtual de Educación Estadística. www.ugr.es/local/fqm126/civeest.html
Lee, H., Kersaint, G., Harper, S., Driskell, S., Jones, D., Leatham, K., Angotti, R., Adu-Gyamfi, K. (2014). Teachers’ use of transnumeration in solving statistical tasks with dynamic statistical software. Statistics Education Research Journal, 13(1), 25-52.
Lima, R. F (2014). Aprendizagem de Estatística na EJA com tecnologia: uma sequência didática com base nos registros de representação semiótica [Dissertação de Mestrado em Educação em Ciências e Matemática, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul]. http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/3479/1/462336.pdf.
Makar. K. & Rubin, A. (2009). A framework for thinking about informal Statistical inference. Statistics Education Research Journal, 8(1), 82-105. https://www.stat.auckland.ac.nz/~iase/serj/SERJ8(1).pdf#page=85.
Ministério da Educação – MEC. (1997). Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC.
Ministério da Educação – MEC. (1998). Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental. Brasília: MEC.
Ministério da Educação – MEC. (2002). Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Ensino Médio. Ministério de Educação. Brasília: MEC.
Ministério da Educação - MEC. (2018). Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Educação é a base. Brasília: MEC.
Moreno, M. M. A. (2014). Utilização do dotplot e do boxplot na aprendizagem da variabilidade estatística no Ensino Médio [Dissertação de Mestrado em Educação Matemática, Universidade Estadual de Santa Cruz]. http://www.biblioteca.uesc.br/biblioteca/bdtd/201270066D.pdf.
Oliveira, P. C & Macedo, P. C, (2018). O Estudo dos gráficos estatísticos nas situações de aprendizagem contidas no material didático da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo para o Ensino Fundamental. Rencima, 9(2), 283-299.
Silva, J. F., Curi, E. & Schimiguel, J. (2017). Um Cenário sobre a pesquisa em Educação Estatística no Boletim de Educação Matemática – Bolema, de 2006 até 2015. Bolema, Rio Claro (SP), 31(58), 679-698.
Silva, C., Magina, S. & Silva, E. (2010). Homem Vitruviano. In I. Cazorla & E. Santana (Orgs.). Do Tratamento da Informação ao Letramento Estatístico (pp. 80-93). Itabuna: Via Litterarum.
Schreiber, K. & Porciúncula, M. (2019). Mapeamento das pesquisas sobre Educação Estatística na Biblioteca digital de teses e dissertações: um olhar para a formação do professor de Matemática. Revemat, Florianópolis-SC, v. 14. Edição Especial Educação Estatística, p. 1-17.
Sistema de Gestão Escolar – SGE (2019). http://sge.educacao.ba.gov.br/
Silva, C., Kataoka, V. & Cazorla, I. M. (2011). Linguagem, Estratégia e Nível de Raciocínio de Variação dos Alunos do Ensino Fundamental II. Bolema, 24(39), 515-536.
Silva, C., Kataoka, V. & Cazorla, I. (2014). Analysis of teacher’s understanding of variation in the dot-boxplot context. In: 9th International Conference on Teaching Statistics (ICOTS 9). Flagstaff, Arizona, USA: International Statistical Institute, July, 2014. http://icots.net/9/proceedings/pdfs/ICOTS9_3A2_SILVA.pdf.
Silva-Junior, A. V. (2018). Efeitos do Ciclo Investigativo PPDAC e das transformações de representações semióticas no desenvolvimento de conceitos estatísticos no Ensino Fundamental [Dissertação de Mestrado em Educação Matemática, Universidade Estadual de Santa Cruz].
Sociedade Brasileira de Educação Matemática – SBEM. (2020). http://www.sbembrasil.org.br/sbembrasil/index.php/grupo-de-trabalho/gt/gt-12.
Triola, M. F. (2005). Introdução à estatística. 9ª Ed. Rio de Janeiro: LTC.
Tukey, J. W. (1977). Exploratory data analysis. Reading, M.A: Addison-Wesley.
Viali, L. & Ody, M. C. (2020). A produção brasileira em Educação Estatística avaliada pela análise das teses. Educação Matemática Pesquisa, São Paulo, 22(1), 068-094.
Walker, M. L.; Dovoedo, Y. H.; Chakraborti, S. & Hilton, C. (2018). An Improved Boxplot for Univariate Data. The American Statistician, 72(4), 348-353.
Wild, C., & Pfannkuch, M. (1999). Statistical thinking in empirical enquiry. International Statistical Review, 67, 223-265. http://www.stat.aucland.ac.nz/~iase/publications/isr/99.wild.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).