Um trabalho com tecnologias digitais em cursos de formação de professores de Matemática: possibilidades para o pensar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2022v24i2p728-756

Palavras-chave:

Teorema Fundamental do Cálculo, Educação Matemática, Geogebra, Pensar em Heidegger

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir como um trabalho com Tecnologias Digitais (TD) que apresenta uma atividade de investigação pode criar possibilidades para o pensar nas aulas de Matemática. Apresentamos esse ‘pensar’ a partir da teoria de Heidegger.  O trabalho traz a discussão para os cursos de formação de professores, onde propõe que a abertura para a investigação, para a discussão e a criação pode se dar em cada uma de suas disciplinas, não só nas que se relacionam diretamente com a área pedagógica. O trabalho, que se desenvolve a partir de uma pesquisa qualitativa com enfoque fenomenológico, propõe uma atividade, com foco no Teorema Fundamental do Cálculo, um tema importante para o Cálculo Diferencial e Integral. A atividade foi desenvolvida com alunos de um curso de Licenciatura em Matemática. Os dados deste trabalho foram obtidos por meio da análise das discussões de um dos grupos de alunos. A partir do referencial teórico estudado sobre o pensar em Heidegger e os dados analisado, percebemos: o movimento, ou seja, o não pensado e o pensável, que se “dá a pensar”; a busca de sentido do que se apresenta e o tema estudado como algo que espanta, que abre em sala de aula uma disposição para se pensar sobre o que se mostra na atividade. Concluímos, portanto que os alunos, ao serem convidados a desenvolver uma atividade que instigue o pensar, questionam, elaboram, testam e validam hipóteses, se emocionam com as descobertas, ou seja, se lançam em um movimento, onde encontram o não pensado e o pensável, que se “dá a pensar”, quando se interessam por pensar.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Elisangela Pavanelo, ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)

Departamento de Física
Divisão de Ciências Fundamentais
Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA

Referências

Andrade, M. (2006). Tolerar é pouco? Por uma filosofia da educação a partir do conceito de tolerância [Tese de Doutorado em Educação, Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio].

Arendt, H. (2001). A condição humana 10. ed. Trad. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Barufi, M. C. B. (1999). A construção/negociação de significados no curso universitário inicial de Cálculo Diferencial e Integral. [Tese de Doutorado em Ensino de Ciências e Matemática Faculdade de Educação USP-SP].

Bicudo, M. A. V. (1991). Sobre educação matemática. Boletim Gepem, São Paulo, v. 16, n.29.

Cometti, M. A. (2016). Discutindo o Ensino de Integrais Múltiplas no Cálculo de Várias Variáveis: Contribuições do GeoGebra 3D para a Aprendizagem. In: EBRAPEM (Encontro Brasileiro de Estudantes de Pós-Graduação em Educação Matemática). Curitiba. Anais XX EBRAPEM. p. 1-12.

Cabral, T. C. B. (1992). Vicissitudes da Aprendizagem em um Curso de Cálculo. [Dissertação de Mestrado em Educação Matemática Instituto de Geografia e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro]

D’Ambrosio, U. (1997). A era da consciência. 1. ed. São Paulo: Editora Fundação Peirópolis. 53 p.

Fini, M.I. (1994). Sobre a Pesquisa Qualitativa em Educação. In: Bicudo, M.A.V. e Esposito, V.H.C. (org), A Pesquisa qualitatica em educação: um enfoque fenomenológico. (pp. 233). Piracicaba: Edutora Unimep.

Fiorentini, D. (2005). A Formação Matemática e Didático-pedagógica nas Disciplinas da Licenciatura em Matemática. Revista de Educação PUC-Campinas, Campinas, n. 18, p. 107-115.

Fiorentini, D.; Nacarato, A. M; Pinto, A. R. (1999). Saberes da experiência docente em Matemática e Educação Continuada. Quadrante: Revista teórica e de investigação. Lisboa: APM, p. 1-17.

Heidegger, M (2012). A questão da técnica. Ensaios e conferências I. Traduzido por: Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fode, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco.

Heidegger, M. (2002). O que quer dizer pensar? Ensaios e conferências. Traduzido por: Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis, RJ: Vozes.

Heidegger, M. (1969). O fim da filosofia e a tarefa do pensamento. São Paulo: Abril Cultural.

Kalinke, M. A.; Mocrosky, L. F.; Panossian, M. L.; Banin, E. S. (2017). Tecnologias digitais na formação e prática dos futuros professores de matemática. Revista Brasileira de Ensino de Ciências e Tecnologia. v. 10, n. 2, p. 1 – 17.

Lopes, V. R.; Scherer, S. (2018). Cálculo Diferencial e Integral e o Uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação: uma Discussão de Pesquisas nos Últimos Onze Anos. Jornal Internacional de Estudos em Educação Matemática, Londrina, v. 11, n. 02.

Machado, O. V. M. (1994). Pesquisa Qualitativa: modalidade fenômeno situado. In: Bicudo, M. A. V.; Esposito, V. H. C. (org.), A Pesquisa qualitativa em educação: um enfoque fenomenológico. Piracicaba: Editora Unimep, 233 p.

Nasser, L.; Sousa, G. A.; Torraca, M. A. A. (2015). Aprendizagem de Cálculo: Dificuldades e Sugestões para a superação. In: XIV Conferência Interamericana de Educação Matemática. Anais XIV Conferência Interamericana de Educação Matemática, [S.l.]: International Commission on Mathematical Instruction, p. 1–12. Anais.

Pagani, E. M. L.; Allevato, N. S. G. (2014). Ensino e Aprendizagem de Cálculo Diferencial e Integral: Um mapeamento de algumas teses e dissertações produzidas no Brasil. VIDYA, Santa Maria, v. 34, n. 1.

Paulin, J. F. V.; Ribeiro, A. J. (2019). Ensino e Aprendizagem do Teorema Fundamental do Cálculo: algumas reflexões a partir de uma revisão sistemática de literatura. Educ. Matem. Pesq., São Paulo, v.21, n.2, pp. 239-263.

Pavanelo, E; Mondini, (2019). F. Educar para o pensar: uma reflexão a partir da ‘banalidade do mal’de Hannah Arendt. Educere et Educare, v. 14, n. 33.

Ponte, J. P., Oliveira, H., e Varandas, J. M. (2003). O contributo das tecnologias de informação e comunicação para o desenvolvimento do conhecimento e da identidade profissional. Fiorentini, D. (org). Formação de professores de Matemática: Explorando novos caminhos com outros olhares. Campinas: Mercado de Letras.

Rezende, W. M. (2003). O ensino de cálculo: dificuldades de natureza epistemológica. [Tese de Doutorado Faculdade de Educação USP-SP].

Ribeiro Jr, M. L.; Mondini, F.; Mocrosky, L. F. (2019). O Cálculo Diferencial e Integral e e Formação de Engenheiros. Cadernos de Pós-graduação, São Paulo, v. 18, n. 2.

Rosa, M.; Bicudo, M. A. V. (2018). Focando a constituição do conhecimento matemático que se dá no trabalho pedagógico que desenvolve atividades com tecnologias digitais. In: Paulo, R. M.; Firme, I. C.; Batista, C. C. (org.), Ser professor com tecnologias: sentidos e significados. http://www.culturaacademica.com.br/catalogo/ser-professor-com-tecnologias/.

Santos, S. P.; Matos, M. G. O. (2019). O ensino de Cálculo I no curso de licenciatura em matemática: obstáculos na aprendizagem. Eventos Pedagógicos, v. 3, n. 3.

Silva, A. P. C.; Nascimento, E. F.; Vieira, A. R. L. (2017). Cálculo Diferencial e Integral: obstáculos e dificuldades didáticas de aprendizagem. Caminhos da Educação Matemática em Revista (Online), v. 7, n. 2, 2017. Disponível em: https://aplicacoes.ifs.edu.br/periodicos/index.php/caminhos_da_educacao_matematica/article/view/137. Acesso em: 15 fev. 2020.

Souza Jr.; Pereira G. M. R.; Lopes, E. M. C. (2018) Um mapeamento das pesquisas sobre Tecnologias Digitais e Modelagem Matemática no Cálculo Diferencial e Integral do Ensino Superior. Ensino Em Re-Vista, Uberlândia, v. 25, n. 02.

Wrobel, J. S.; Zeferino, M. V. C.; Carneiro, T. C. J. (2013). Um mapa do ensino de cálculo nos últimos 10 anos do COBENGE. XLI COBENGE: Gramado.

Downloads

Publicado

2022-08-31

Como Citar

PAVANELO, E. Um trabalho com tecnologias digitais em cursos de formação de professores de Matemática: possibilidades para o pensar. Educação Matemática Pesquisa Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 728–756, 2022. DOI: 10.23925/1983-3156.2022v24i2p728-756. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/57437. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Finalizada - Número especial: Filosofia da Educação Matemática –2022