Quem é o aluno bilíngue?
Concepções presentes no Projeto Político-Pedagógico de escolas que se autodenominam bilíngues.
DOI:
https://doi.org/10.23925/2318-7115.2023v44i1a1%20Palavras-chave:
Escolas bilíngues, Sujeito Bilíngue, Projeto Político-Pedagógico.Resumo
Este artigo busca compreender, por meio da análise dos Projetos Político-Pedagógicos de duas escolas (A e B) que se autodenominavam bilíngues, quem é o aluno que elas pretendem formar. Observou-se que, enquanto a proposta da escola A visava que os alunos se tornassem bilíngues a partir da vivência das línguas no ambiente escolar, transitando entre elas e colocando-as em constante contato, a proposta da escola B partia do pressuposto de que o aluno bilíngue é aquele que aprende uma língua estrangeira de forma independente da língua nativa, portanto em ambiente monolíngue. Conclui-se assim, que da mesma forma que há diferentes maneiras de se compreender bilinguismo, também não existe uma única maneira de se pensar a educação bilíngue. Em comum entre as propostas há, apenas, a promessa de um futuro melhor àqueles que souberem uma língua estrangeira, em especial o inglês.
Referências
AVELAR, R. P. A. 2018. Pesquisa global sobre língua, cultura, identidade e 'ensino bilíngue': ciências em um entrelaçar. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo.
ALVAREZ, L. Em mundo globalizado, pais buscam escolas bilíngues. Estadão, São Paulo, 15 set. 2019. Disponível online em: Em mundo globalizado, pais buscam escolas bilíngues - Educação - Estadão (estadao.com.br) . Acesso em: 17 out. 2019.
BAKER, C. 2001. Foundations of bilingual education and bilingualism. 3rd ed. Clevedon: Multilingual Matters.
BAKHTIN, M. 2014. Questões de literatura e de estética.7ª ed. São Paulo: Hucitec.
BERTUCCI, R. A. 2008. O positivismo na teoria descritivista de Bloomfield. Publicatio UEPG Ciências Humanas Linguística, Letras e Artes, Ponta Grossa, v.16, n.1, p.67-82. Disponível online em: https://revistas2.uepg.br/index.php/humanas/article/view/620/608. Acesso em: 03 jun. 2021.
BLOOMFIELD, L. 1933. Language. New York: Holt, Rinehart and Winston.
BRASIL. 1961. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as diretrizes e bases da educação nacional. 1961. Disponível online em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm. Acesso em: 10 ago. 2021.
BRASIL. 1976. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Federal de Educação. Resolução n. 58, de 22 de dezembro de 1976. Altera dispositivos da Resolução n. 8 de 1º de dezembro de 1971 e dá outras providências. Disponível online em: https://www.histedbr.fe.unicamp.br/pf-histedbr/resolucao_n.58-1976_altera_dispositivos_da_resolucao_n._8.pdf. Acesso em: 10 ago. 2021.
BRASIL. 1971. Conselho Federal de Educação. Resolução n. 8 de 1º de dezembro de 1971. Anexa ao Parecer n. 853/71. Fixa o núcleo comum para os currículos do ensino de 1º e 2º graus, definindo-lhes os objetivos e a amplitude. Disponível online em: https://www.readcube.com/articles/10.1590%2F0034-716719720002000017. Acesso em: 16 jul. 2021.
BRASIL. 1996. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 1996. Disponível online em: http:// http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso em: 10 ago. 2021.
BRASIL. 2017. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis n º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e o Decreto-Lei nº 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. 2017. Disponível online em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13415.htm. Acesso em: 10 ago. 2021.
CALLEGARI, M. O. V. 2006. Reflexões sobre o modelo de aquisição de segundas línguas de Stephen Krashen: uma ponte entre a teoria e a prática em sala de aula. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, v. 45, n. 1, p. 87-101, jan./jun.
CANAGARAJAH, S. 2013. Translingual practice: global englishes and cosmopolitan relations. New York: Routledge.
CAVALCANTI, M. C. 1999. Estudos sobre educação bilíngue e escolarização em contextos de minorias linguísticas no Brasil. DELTA: Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada, São Paulo, v. 15, p. 385-417. Número Especial.
CHOMSKY, N. 1986. Language and problems of knowledge. Disponível online em: https://pt.scribd.com/document/394016093/Noam-Chomsky-Language-and-Problems-of-Knowledge-1986-pdf. Acesso em: 03 jun. 2021.
FERRAÇO, L.; BONFIM, B.B. 2007. O ensino e a aprendizagem de línguas nos primeiros tempos do Brasil. História do Ensino de Línguas no Brasil, ano 1, n.1. Disponível online em: http://www.helb.org.br/index.php/revista-helb/ano-1-no-1-12007/95-o-ensino-e-a-aprendizagem-de-linguas-nos-primeiros-tempos-do-brasil. Acesso em: 09 jul.2021.
FONTES, M. C. M. 1996. Produzindo textos em inglês: de palavra (alheia) em palavra (própria). Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
FORTES, L. 2012. Conceitos de bilinguismo em discursos da linguística e da sociolinguística: relações de poder, implicações políticas e processos identitários em questão. In: Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade. Anais...Campinas. v. 1. Disponível online em: https://www.iel.unicamp.br/sidis/anais/pdf/FORTES_LAURA.pdf. Acesso em: 03 jun. 2021.
FLORY, E. V.; SOUZA, M. T. C. C. 2009. Bilinguismo: diferentes definições, diversas implicações. Revista Intercâmbio, São Paulo, v. 19, p. 23-40.
GARCIA, O.; WEI, L. 2014. Translanguaging: language, bilingualism and education. New York: Palgrave Macmillan.
GUIDI, F. C. L. 2017. Concepções de educação bilíngue de elite em três escolas privadas do estado de São Paulo. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
HARMERS, J.; BLANC, M. 2000. Bilinguality and bilingualism. 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press.
HERNÁNDEZ, F.; VENTURA, M. 1998. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. 5. ed. Porto Alegre: Artmed.
KRASHEN, S. D. 2009. Principles and practice in second language acquisition. Disponível online em:
http://www.sdkrashen.com/content/books/principles_and_practice.pdf. Acesso em: 18 dez. 2019.
LEFFA, V. J. 1999. O ensino de línguas estrangeiras no contexto nacional. Contexturas, APLIESP, n. 4, p. 13-24. Disponível online em: https://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/oensle.pdf. Acesso em: 09 jul.2021.
MAHER, T. J. M. 2007. Do casulo ao movimento: a suspensão das certezas na educação bilíngue e intercultural. In: CAVALCANTI, M. C.; BORTONI-RICARDO, S. M. (Orgs.). Transculturalidade, linguagem e educação. Campinas: Mercado de Letras, p. 67-94.
MARAFON, D.; MENEZES, A. C. 2017. A abordagem de Reggio Emilia para aprendizagem na educação infantil. Disponível online em:https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/26611_13639.pdf. Acesso em: 27 fev. 2020.
MARINI, E. 2018. A expansão das escolas bilíngues no Brasil. Educação, São Paulo, n. 251. Disponível online em: A expansão das escolas bilíngues no Brasil - RFM Editores (revistaeducacao.com.br). Acesso em: 17 out. 2019
MCTIGHE, J.; WIGGINS, G. 2012. Understanding by Design® Framework. Disponível online em: https://www.sabes.org/sites/default/files/news/5_UbD_WhitePaper0312%5B1%5D.pdf.
Acesso em: 09 ago.2021.
MEGALE, A. H. 2005. Bilinguismo e educação bilíngue: discutindo conceitos. Revista Virtual de Estudos da Linguagem-ReVEL, São Paulo, v. 3, n. 5. Disponível online em:http://www.revel.inf.br/files/artigos/revel_5_bilinguismo_e_educacao_bilingue.pdf. Acesso em: 03 jun. 2021.
MEGALE, A. H. 2018. Educação bilíngue de línguas de prestígio no Brasil: uma análise dos documentos oficiais. The Especialist, São Paulo, v. 39, n. 2, p. 1-17, 2018. Disponível online em: https://revistas.pucsp.br/index.php/esp/article/view/38653/27431.Acesso em: 10 ago. 2021.
MEGALE, A. 2019. Bilinguismo e educação bilíngue. In: MEGALE, A. (Org.). Educação bilíngue no Brasil. São Paulo: Fundação Santillana, p. 13-27.
MELLO, H. A. B. 2010. Educação bilíngue: uma breve discussão. Revista Horizontes de Linguística Aplicada, Brasília, DF, v.9, n. 1, p. 118-140.
MONTEIRO, K. F. 2017. Centros de aprendizagem: transdisciplinaridade na educação bilíngue. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa.
MORAES, M. 1996. Bilingual education: a dialogue with the Bakhtin circle. New York: State University of New York Press.
MOURA, S. A. 2009. Com quantas línguas se faz um país? Concepções e práticas de ensino em uma sala de aula na educação bilíngue. Dissertação (Mestrado em Educação), Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo.
NASCIMENTO, F. A. S.; NASCIMENTO, V. N. 2011. Bloomfield revisitado: processos de formação de palavras do vocabulário chayenês. Analecta, Guarapuava, v.12, n.1, p.31-48, jan./jun. Disponível online em: https://revistas.unicentro.br/index.php/analecta/article/view/2971/2253.Acesso em: 03 jun. 2021.
ORLANDI, E. P. 2009. O que é linguística. 2. ed. São Paulo: Brasiliense.
ORTIZ PREUSS, E.; ÁLVARES, M. R. 2014. Bilinguismo e políticas linguísticas no Brasil: da ilusão monolíngue à realidade plurilíngue. Acta Scientiarum: Language and Culture, Maringá, v. 36, p.403-414.
ROA, I. 2014. Comparative essay. Comparing Krashen and Chomsky's approaches on language acquisition. Disponível online em:. https://www.slideshare.net/marialagoslagos/juan-castro-marialagos.Acesso em: 07 jul. 2020
RODRIGUES, R. S. V. 2008. Saussure e a definição da língua como objeto de estudos. Revista Virtual de Estudos da Linguagem-ReVEL, São Paulo, n. 2. Edição especial. Disponível online em http://www.revel.inf.br/files/artigos/revel_esp_2_saussure_e_a_definicao_de_lingua.pdf. Acesso em: 03 jun. 2021.
RODRIGUES, F. S. C. 2010. Língua viva, letra morta: obrigatoriedade e ensino de espanhol no arquivo jurídico e legislativo brasileiro. Tese (Doutorado em Letras), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.
RODRIGUEZ, G. C. 2014. Comparative essay Chomsky and Krashen’s theories: similarities and differences. Disponível online em:
https://portfoliocrodriguez.wordpress.com/2014/06/25/comparative-essay-chomsky-and-krashens-theories-similarities-and-differences/. Acesso em: 07 jul. 2020
SAUSSURE, F. 2006. Curso de linguística geral. 27. ed.São Paulo: Cultrix.
SILVA, V. R. 2012. Caminhos da educação bilíngue: uma análise sobre a proposta de ensino para a educação infantil de uma escola de Goiânia. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) - Faculdade de Letras, Universidade Federal de Goiás, Goiânia.
SILVA-SPEAKS, K. M. 2017. Educação bilíngue para que e para quem? O que motiva os pais que escolhem uma escola bilíngue. Dissertação (Mestrado em Educação: História, Política e Sociedade), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
SILVA, V. R. 2017. Práticas de linguagem em contexto de educação infantil bilíngue: um olhar com as lentes da translinguagem. REVELLI: Revista de Educação, Linguagem e Literatura, Goiânia, v.9, n.4, p. 98-116.
SOUZA, R. C. 2019. Metodologias para a educação bilíngue. In: MEGALE, A. (Org.). Educação bilíngue no Brasil. São Paulo: Fundação Santillana, p. 43-56.
STORTO, A. C. 2015. Discursos sobre bilinguismo e educação bilíngue: a perspectiva das escolas. Dissertação (Mestrado em Linguagem e Sociedade), Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
VIEIRA, M. C. Escolas bilíngues se espalham pelo país. Isso é bom – e custa caro. Veja, São Paulo, n. 2649, 2019. Disponível online em: Escolas bilíngues se espalham pelo país. Isso é bom – e custa caro | VEJA (abril.com.br). Acesso em: 17 out. 2019.
VOLÓCHINOV, V. 2017. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. São Paulo: Editora 34.
WEI, L. (Ed.). 2000. The bilingualism reader. New York: Routledge.
Publicado
Versões
- 2023-05-22 (3)
- 2023-05-22 (2)
- 2023-04-07 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 The Especialist

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.
Esta obra está licenciada com uma Licença
