Multimodalidade, sinestesia e multiletramentos: subjetividades para formação de professores de língua inglesa
DOI:
https://doi.org/10.23925/2318-7115.2021v42i1a7Palavras-chave:
Multimodalidade, sinestesia, multiletramentos, subjetividades de professores, formação de professores de língua inglesaResumo
Novas tecnologias digitais em contextos educacionais ainda encontram resistência aos letramentos multimodais, se pautando, principalmente, no grafocêntrismo. Neste sentido, e para que mudanças expressivas possam ocorrer, os multiletramentos e o conceito de design, apoiados pela gramática visual, são caminhos possíveis para o desenvolvimento de inovações inteligentes e criativas na construção de conhecimentos. Partindo de uma costura teórico-metodológica dos multiletramentos e da perspectiva sociossemiótica da multimodalidade, o presente artigo busca refletir ontoepistemologicamente – a partir de análises da apresentação de um trabalho avaliativo sobre o ensino de língua inglesa que ativa letramentos multimodais por meio da sinestesia – sobre a subjetividade e a identidade de um professor-acadêmico em formação no curso de Letras. Para realizar as análises, adotamos os elementos de design na construção de significados, propostos por Kalantzis, Cope e Pinheiro (2020). Tais análises demonstraram como a multimodalidade e a sinestesia propiciam produções de sentidos que levam o discente a refletir sobre sua subjetividade e identidade híbrida, unindo esferas pessoais e profissionais, de um professor gay que utiliza (ou pretende utilizar) os espaços de educação linguística para criação de reflexões e usos de linguagens multimodais e sinestésicas para produções de textos digitais. Adicionalmente, suas identidades pessoal e profissional também podem representar espaços de resistência para educação linguística como instrumento de luta, em oposição ao status hegemônico que essa língua tem desempenhado e principalmente para efeitos de colonização.
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