Uma abordagem da Gramática de Construções para o Uso Inovador de [unless x]
DOI:
https://doi.org/10.23925/2318-7115.2024v45i5e65052Palavras-chave:
Unless, Gramática de Construções, Linguística de Corpus, InternetResumo
Este estudo investiga a construção [unless X] com base nas premissas da Gramática de Construções (cf. Fillmore et al., 1988; Goldberg, 1995, 2006; Bybee, 2010), em associação com a metodologia da Linguística de Corpus (McEnery; Hardie, 2013; Sinclair, 2005). A construção [unless X] representa um uso emergente, no qual a conjunção “unless” não é seguida por uma oração subordinada, como visto em frases como "don’t add Coca Cola unless diet" ou "he was so calm unless tried" ou "I can never tell the season unless winter". Motivados pelos achados de Mendes Junior e Mattos (2021), que reportaram altas taxas de produtividade na construção [because X] (e.g. “I’m excited for my holidays because tired”), propomos um modelo que contemple as novas propriedades construcionais de “unless”. Os dados foram coletados através do iWeb Corpus (Davies, 2018), que contém 14 bilhões de palavras extraídas de cerca de 22 milhões de páginas da web. Análises preliminares mostram que a construção [unless X] favorece fortemente verbos no particípio passado, adjetivos, advérbios e substantivos na posição [X]. Além disso, a posição [X] não pode ser preenchida por interjeições, pronomes, conjunções e preposições, diferentemente de [because X]. Seguindo os critérios classificatórios de Fillmore et al. (1988), [unless X] pode ser entendida como uma construção codificável, formal e extragramatical. Sugerimos que [unless X] frequentemente se comporta de maneira semelhante ao uso tradicional de “unless”, embora tenha uma tendência a favorecer orações reduzidas e seja principalmente usada em contextos mais informais.
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