OBJETIVIDADES E SUBJETIVIDADES NA EDUCAÇÃO MUSICAL: UMA PERSPECTIVA FENOMENOLÓGICA SOBRE OS CURRÍCULOS
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2018v16i3p879-910Palavras-chave:
Políticas educacionais. Fenomenologia. Currículo. Educação musical.Resumo
Este artigo traz uma reflexão sobre a relação entre políticas curriculares e fenomenologia como abordagem interpretativa para a educação musical. Outros objetivos propostos foram contextualizar a fenomenologia, analisar sua colaboração para o estudo dos currículos e explicitar considerações sobre currículos elaboradas a partir de uma perspectiva fenomenológica. Para isso, a pergunta central foi: quais as relações entre fenomenologia e currículo, na educação musical? A relevância deste artigo está na oportunidade de explorar a contribuição da fenomenologia para o avanço dos estudos sobre currículos. O trabalho, de natureza bibliográfica, se baseou nos conceitos trazidos por Silva (1999), sobre currículo, Husserl (1996) e Heidegger (2006), sobre fenomenologia, além dos acréscimos de Ball (2001), Scruton (2009), Eyng et al. (2013), Pacheco (2003) e Swanwick (2014) sobre educação musical, entre outros. Os resultados possibilitaram uma reflexão sobre como a fenomenologia pode auxiliar nas construções curriculares, em especial, em relação à educação musical, mantendo seu viés abrangente e inserindo questões ligadas ao mundo contemporâneo. A abertura fenomenológica trouxe a possibilidade do currículo se tornar um espaço para debates sobre as artes e contextos culturais, além de temas como ideologia, gênero e inclusão, fenômenos cada vez mais abordados e influentes presentes nas políticas educacionais.
Referências
ADORNO, Theodor W. Introdução à sociologia da música: doze preleções teóricas. Tradução Fernando R. Moraes Barros. São Paulo: Unesp, 2009.
BALL, Stephen J. Diretrizes políticas globais e relações políticas locais em educação. Currículo sem Fronteiras, v. 1, n. 2, p. 99-116, jul./dez. 2001.
BERNET, Rudolf. Edmund Husserl. In: PRADEAU, Jean François. (Org.). História da filosofia. Petrópolis: Vozes; PUC-Rio, 2012. p. 412-421
BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.
BRASIL. Lei Nº 11.769, de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 ago. 2008. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11769.htm>. Acesso em: 5 mai. 2017.
BRASIL. Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 4 mai. 2017.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. v. 3. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais (1ª a 4ª série): arte, v. 6. Brasília: MEC/SEF, 1997.
CAMBI, Franco. História da pedagogia. Tradução Álvaro Lorencini. São Paulo: Unesp, 1999.
COSTA, Hugo Heleno Camilo; CUNHA, Erika Virgílio Rodrigues da; LOPES, Alice Casimiro. Da recontextualização à tradução: investigando políticas de currículo. Currículo sem Fronteiras, v. 13, n. 3, p. 392-410, set./dez. 2013.
ESPERIDIÃO, Neide. Educação musical e formação de professores: suíte e variações sobre o tema. São Paulo: Globus, 2012.
EYNG, Ana Maria et al. Diversidade e padronização nas políticas educacionais: configurações da convivência escolar. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 21, n. 81, p. 773-800, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-40362013000400007
FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De tramas e fio: um ensaio sobre a música e educação. São Paulo: Unesp, 2008.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Cursos de estética. Tradução Marco Aurélio Werle. São Paulo: Edusp, 2001.
HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Tradução Márcia Sá Cavalcante Schuback. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2006.
HUSSERL, Edmund. Ideias para uma fenomenologia pura e uma filosofia fenomenológica. São Paulo: Ideias e Letras, 2006.
JOSEPH, Irma Miriam. O trivium: as artes liberais da lógica. São Paulo: É Realizações, 2008.
KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Tradução Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.
KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Tradução Alex Martins. São Paulo: Martin Claret, 2005.
LANGER, Susanne Katherina. Filosofia em nova chave. Tradução Beatriz Vianna Boreia e Nelson Boreia. São Paulo: Perspectiva, 1971.
MARTINS FILHO, Ives Gandra. Manual esquemático de história da filosofia. São Paulo: LTR, 2004.
MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa. Em busca da autonomia docente nas práticas curriculares no Brasil. In: OLIVEIRA, Maria Rita N. S.; PACHECO, José Augusto. (Orgs.). Currículo, didática e formação de professores. Campinas: Papirus, 2013. p. 69-96.
OLIVEIRA, Maria Rita N. S.; PACHECO, José Augusto. (Orgs.). Currículo, didática e formação de professores. Campinas: Papirus, 2013.
PACHECO, José Augusto. Políticas curriculares: referenciais para análise. Porto Alegre: Artmed, 2003.
QUINTÃO, Denise. Seguindo o todo por toda terra: uma fenomenologia do arcaico nos gregos. Rio de Janeiro: Daimon, 2007.
SACRISTÁN, José Gimeno. Saberes e incertezas sobre o currículo. Porto Alegre: Penso, 2013.
SCRUTON, Roger. Kant. Lisboa: Don Quixote, 1983.
SCRUTON, Roger. Understanding music: philosophy and interpretation. London: Continuum, 2009.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
SOUZA, Jusamara et al. O que faz a música na escola? Concepções e vivências de professores do ensino fundamental. Porto Alegre: Programa de Pós-Graduação em Música-Mestrado e Doutorado, 2002. (Série Estudos, n. 6)
SWANWICK, Keith. A basis for music education. London: NFER, 1979.
SWANWICK, Keith. Música, mente e educação. Tradução Marcel Silva Steuernagel. São Paulo: Autêntica, 2014.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.Todo o conteúdo da Revista e-Curriculum é aberto para acesso público, propiciando maior visibilidade, alcance e disseminação dos trabalhos publicados.