A INFLUÊNCIA DOS ORGANISMOS MULTILATERAIS INTERNACIONAIS NA FORMAÇÃO DAS POLÍTICAS BRASILEIRAS DE ALFABETIZAÇÃO

Autores

  • Lidiane Malheiros Mariano de Oliveira Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade de Paranaíba/MS, Brasil
  • Lucélia Tavares Guimarães Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade Universitária de Paranaíba/MS, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2017v15i3p842-870

Palavras-chave:

Políticas Públicas. Alfabetização. Organismos Multilaterais.

Resumo

As políticas públicas de educação têm sido elaboradas de modo a atender as exigências constantes nos documentos propostos por organismos multilaterais internacionais, cujos resultados indicam conquistas de alguns avanços e desafios que ainda precisam ser superados. Este artigo tem como propósito estabelecer reflexão sobre as políticas públicas de alfabetização para a educação básica no Brasil. Apresenta como objetivo compreender quais são, na atualidade, as influências da regulação transnacional dos organismos multilaterais nas políticas de alfabetização em nível nacional. Foi realizada uma análise crítica desses documentos para compreender como o tema ‘alfabetização’ aparece nos documentos oficiais desses órgãos, quais sejam: UNESCO, UNICEF e Banco Mundial. O estudo abordou as perspectivas legais de acordo com o ‘Plano de Meta Compromisso Todos pela Educação’, o ‘Plano de Desenvolvimento da Educação’ (PDE) e o ‘Plano Nacional de Educação’ (PNE/2014), que sustentam a criação dessas políticas. A partir dos estudos de documentos elaborados após a conferência mundial de “Educação para todos”, em 1990, foi possível verificar muita similaridade entre os aspectos priorizados nas recomendações de organismos multilaterais e as políticas implantadas no Brasil.

Biografia do Autor

Lidiane Malheiros Mariano de Oliveira, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade de Paranaíba/MS, Brasil

Professora da Rede Municipal de Ensino de Paranaíba-MS; Licenciada em Pedagogia e Especialista pela FIPAR (Faculdades Integradas de Paranaíba); Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade de Paranaíba/MS; Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Educação Escolar da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), campus de Araraquara.

Lucélia Tavares Guimarães, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade Universitária de Paranaíba/MS, Brasil.

Doutora em Educação: Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Professora Titular da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade Universitária de Paranaíba/MS, nos cursos de graduação em Pedagogia e Ciências Sociais.

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Publicado

2017-09-29

Edição

Seção

Artigos