TOTALITARISMO DE MERCADO E RACIONALIDADE NEOLIBERAL NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2020v18i1p221-235

Palavras-chave:

Totalitarismo de mercado, Racionalidade neoliberal, Estado de exceção, Reformas educacionais, Educação empresarial.

Resumo

Neste ensaio, abordamos o tema da educação e elegemos como objeto de investigação as reformas educacionais brasileiras das últimas três décadas, buscando compreender os fundamentos e as intencionalidades que as direcionam. O problema que orientou nossas análises foi a questão: como interpretar as recentes reformas educacionais a partir dos conceitos de totalitarismo de mercado, racionalidade neoliberal e estado de exceção? Conceitos que foram referenciados em Dardot e Laval, Benjamin e Agamben. Como objetivos, propomos caracterizar o totalitarismo de mercado e indicar como essa forma econômico-política afeta os serviços públicos e o funcionamento do próprio Estado; e interpretar algumas das recentes reformas educacionais brasileiras, referenciadas no conceito de racionalidade neoliberal. Como resultados de investigação, argumentamos que as reformas educacionais se aproximam da lógica empresarial, e aquilo que se apresenta como progresso leva à regressão; portanto, à exclusão econômica e cultural de toda a sociedade.

Biografia do Autor

Carlos Betlinski, UFLA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - Lavras, MG.

Doutorado em Educação: currículo pela PUC/SP. Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Dalva de Souza Lobo, UFLA - Universidade Federal de Lavras. Lavras, MG.

Doutora em Letras-Literatura pela Universidade Mackenzie. Professora do Departamento de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Luiz Roberto Gomes, UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, SP.

Doutorado em Educação na área de Filosofia, História e Educação pela UNICAMP. Professor do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).

Referências

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Publicado

2020-03-31

Edição

Seção

Artigos