Docência e curadoria

divulgação étnico-racial no Facebook

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2022v20i3p1064-1083

Palavras-chave:

educação, epistemicídio, narrativas, negros, racismo

Resumo

A partir da compreensão de que a divulgação na rede social Facebook possibilita maior visibilidade para as questões étnico-raciais, optou-se por evidenciar seu uso de acordo com a perspectiva da curadoria, tomando postagens sobre o tema como o foco deste artigo. Assim, o objetivo é promover reflexões de cunho étnico-racial considerando-se as postagens de docentes no Facebook. Esta pesquisa é de abordagem qualitativa Minayo (2001) e bibliográfica Fonseca (2002). Utilizou-se o quadro de sistematização da percepção da imagem de Amorim e Kress (2020), em perspectiva crítica, para analisar as postagens. O aporte teórico está pautado em Munanga (2001, 2015), Carneiro (2005, 2011) e Adichie (2019). Espera-se, com este texto, ampliar as reflexões sobre a temática racial, tendo em vista as postagens dos docentes que fazem uso do Facebook como um instrumento de visibilidade para as questões étnico-raciais.

Biografia do Autor

Eliane Nataline Santos, Universidade Tiradentes /SE

Mestra em Educação pela Universidade Tiradentes /SE. Licenciada em Letras-Inglês pela mesma Universidade. Professora de Língua Inglesa na educação básica, atuando no projeto bilíngue para o Infantil e ensino da língua Inglesa do Ensino Fundamental I e II. Tem experiência de Estágio Docente no Ensino Superior no curso de Ciências Contábeis na Universidade Tiradentes. Pesquisadora vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisa Educação e Sociedade: sujeitos e práticas educativas - GEPES/CNPq-UNIT. E ao grupo de pesquisa Escrevivências de Mulheres Negras em Diáspora da Universidade Federal de Sergipe. Atualmente a pesquisadora tem se debruçado nas pesquisas Étnico - Raciais.

Simone Silveira Amorim, Universidade Tiradentes

Professora PPG I da Universidade Tiradentes/UNIT, no Programa de Pós-Graduação em Educação e foi Coordenadora do PPED/UNIT. É Pós-Doutora em educação (2018) sob a supervisão da Profa. Dra. Felicia Wilczenski na University of Boston - Massachusetts. Doutora em Educação pela Universidade Federal de Sergipe (2012) e Mestre em Educação (2006) pela mesma instituição. Associada à Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE). É líder do Grupo de Pesquisa Educação e Sociedade: sujeitos e práticas educativas. Integrante do Núcleo de Estudos de Cultura da UFS/NECUFS. É pós-graduada em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas também pela Universidade Federal de Sergipe (2008). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em História da Educação e formação de professores, atuando principalmente nos seguintes temas: História da Educação, biografia, século XIX, ensino de Inglês, formação e profissão docente.

Referências

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018.

AMORIM, Simone Silveira; KRESS, Tricia. Critical Pedagogy Analysis Framework. 2020. Texto inédito.

BRASIL. Decreto n.º 1.331-A, de 17 de fevereiro de 1854. Aprova o regulamento para a reforma do ensino primário e secundário no Município da Corte. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1331-a-17-fevereiro-1854-90146-publicacaooriginal-115292-pe.html. Acesso em: 10 dez. 2020.

BRASIL. Lei n.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira”, e dá outras providências. 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 18 nov. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação/Secad. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica. 2004. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/centrais-de-conteudo/acervo-linha-editorial/publicacoes-diversas/temas-interdisciplinares/diretrizes-curriculares-nacionais-para-a-educacao-das-relacoes-etnico-raciais-e-para-o-ensino-de-historia-e-cultura-afro-brasileira-e-africana. Acesso em: 4 dez. 2021.

BRASIL. Lei n.º 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio. Diário Oficial da União, Seção 1, 2012.

CANALTECH. Brasil é o país que mais usa redes sociais na América Latina. 2016. Disponível em: https://canaltech.com.br/redes-sociais/brasil-e-o-pais-que-mais-usa-redes-sociais-na-america-latina-70313/. Acesso em: 4 dez. 2021.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

EVARISTO, Conceição. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita. In: ALEXANDRE, Marcos A. (Org.). Representações performáticas brasileiras: teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007. p. 16-21.

FACEBOOK. 45% da população brasileira acessa o Facebook mensalmente. 2014. Disponível em: https://www.facebook.com/business/news/BR-45-da-populacao-brasileira-acessa-o-Facebook-pelo-menos-uma-vez-ao-mes/. Acesso em: 4 dez. 2021.

FLEUR, Rafaela. Lacração, empoderamento e luta: conheça a geração tombamento. Correio, Salvador, 13 nov. 2017. Disponível em: https://www.google.com/amp/s/www.correio24horas.com.br/amp/nid/lacracao-empoderamento-e-luta-conheca-a-geracao-tombamento. Acesso em: 4 dez. 2021.

FONSECA, João José Saraiva da. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.

GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa, v. 29, n. 1, p. 167-182, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1517-97022003000100012. Acesso em: 4 dez. 2021.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral, Tabela 6403 – População, por cor ou raça. 2019. Disponível em: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1RTJxGT6eUk8hXbE7YUG1KGT1vBXVAExz6eFywH_Sixs/edit#gid=0. Acesso em: 10 dez. 2020.

IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Situação social da população negra por Estado. Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Organizadores Milko Matijascic e Tatiana Dias Silva. Brasília: IPEA, 2011.

KILOMBA, Grada. Plantation memories: episodes of everyday racism. Münster: Unrast, 2012.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2001.

MUNANGA, Kabengele. Políticas de ação afirmativa em benefício da população negra no Brasil: um ponto de vista em defesa de cotas. Sociedade e Cultura, v. 4, n. 2, p. 31-43, 2001. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fcs/article/view/515. Acesso em: 10 dez. 2020.

MUNANGA, Kabengele. Por que ensinar a história da África e do negro no Brasil de hoje? Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 62, p. 20-31, 2015. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rieb/issue/view/8151. Acesso em: 10 dez. 2020.

SANTOS, Anderson Oramisio et al. A história da educação de negros no Brasil e o pensamento educacional de professores negros no século XIX. Curitiba: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2013.

SASSO, Nathalia; MEDROA, Camila. Lei 10.639 completa 15 anos na educação brasileira ainda com dificuldades de implantação. Humanista, Jornalismo e Direitos Humanos. 2018. Disponível em: https://www.ufrgs.br/humanista/2018/09/10/lei-10-639-completa-15-anos-na-educacao-brasileira-ainda-com-dificuldades-de-implantacao/. Acesso em: 2 jan. 2021.

STAREPRAVO, Marinalva Viana. Curadoria no Facebook: possibilidades tecnológicas de interação e comunicação no processo de ensino-aprendizagem. 2019. Monografia (Especialização em Inovação e tecnologia da Educação) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2019.

Downloads

Publicado

2022-09-30

Edição

Seção

Artigos