Professora Colorida no Currículo Arco-Íris
Resistência à Ofensiva Antigênero
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2023v21e54859Palavras-chave:
currículo arco-íris; ofensiva antigênero; subjetividade docente; educação infantil.Resumo
Este artigo traz parte dos resultados de uma pesquisa que buscou compreender os efeitos da ofensiva antigênero na produção de subjetividades docentes de uma escola de Educação Infantil. O referencial teórico compõe-se de formulações de Judith Butler, Michel Foucault e do campo pós-crítico de currículo. A metodologia utilizada foi a análise do discurso de inspiração foucaultiana em articulação com entrevistas semiestruturadas. Aqui, discorremos sobre o tipo de docente produzido pelo currículo arco-íris e argumentamos que nele a subjetividade docente colorida é produzida, cujas marcas são: a permissão da liberdade das crianças em seus modos de viver o gênero, a desestabilização das normas de gênero e o combate às desigualdades de gênero. A produção dessa subjetividade se dá por meio da prescrição dos saberes gênero é uma construção pessoal e gênero é uma construção social e histórica.
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