Literatura infantojuvenil e educação antirracista: é (im)possível um currículo contracolonial?

Ivanil Magalhães da  Silva; Neuzi Herculina Alves de  Souza; Kátia Sebastiana Carvalho dos Santos Farias

doi:10.23925/1809-3876.2025v23e69185

Authors

Ivanil Magalhães da Silva Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir)
Neuzi Herculina Alves de Souza Rede Municipal de Vilhena-RO
Kátia Sebastiana Carvalho dos Santos Farias Universidade Federal de Rondônia (Unir)

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2025v23e69185

Keywords:

school curriculum, Afro-Brazilian history and culture, pedagogical practices, anti-racist children's literature

Abstract

This article aims to problematize the issue of race in the school curriculum, through anti-racist children's literature, questioning stereotypical colonial practices about Afro-Brazilians. The study was guided by the question: how do the playfulness and constructive criticism present in children's literature contribute to learning about race at school? This is interventional research, with post-critical methodology characteristics and a theoretical-philosophical approach based on Derrida (2004a) and Wittgenstein (1999), in dialogue with Meyer and Paraíso (2012). Students, teachers and the management team from a municipal primary school took part. Conversation circles, reading workshops and puppet theatre were held. The results show that the interventions promoted the combat racism and expand the anti-racist literature use in the school curriculum.

Author Biographies

Ivanil Magalhães da Silva, Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir)

Professora da Educação Básica da Rede Municipal de Corumbiara-RO. Mestra em Educação Escolar. Universidade Federal de Rondônia. Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar (PPGEE/UNIR).

Neuzi Herculina Alves de Souza , Rede Municipal de Vilhena-RO

Mestra em Educação Escolar pela Universidade Federal de Rondônia - UNIR. Supervisora educacional e Orientadora escolar da Educação Básica da Rede Municipal de Vilhena-RO.

Kátia Sebastiana Carvalho dos Santos Farias, Universidade Federal de Rondônia (Unir)

Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) (2014). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar – Mestrado e Doutorado Profissional, da Universidade Federal de Rondônia (Unir).

References

ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Retratamento, 2018.

ALMEIDA, Marco Antonio Bettine de; SANCHES, Lívia Pizauro. Implementação da Lei 10.639/2003: competências, habilidades e pesquisas para a transformação social. Proposições, Campinas, v. 28, n.1, p.55-80, jan./abr. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-6248-2015-014. Acesso em: 23 nov. 2022.

ARANTES, Adlene Silva. Literatura infantil com personagens negros. Recife: UPE. 2022.

ARAÚJO, Carla Waleska Gomes. Literatura Afro-brasileira no Ensino Fundamental: Uma proposta de letramento literário, 2019. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade de Pernambuco, Garanhuns, 2019.

ARAÚJO, Débora Cristina. As relações étnico-raciais na Literatura Infantil e Juvenil. Educar em Revista, Curitiba, v. 34, n. 69, p. 61-76, maio/jun. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/BxCZKXwnP7YjztvMNj5CdGM/?format=pdf . Acesso em: 12 jun. 2023.

BISPO, Carla Fernanda Brito. Literatura infantil afro-brasileira e africana no Ensino Fundamental: nos rastros de uma pesquisa viagem, cartografias da escolarização. 2020. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2020.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara Plena. Resolução nº 01, de 17 de junho de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: CNE/CP, 2004. Disponível em: https://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/res012004.pdf. Acesso em: 12 mar. 2023.

BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, [2003]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 12 mar. 2023.

BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei nº 9394/96, modificada pela Lei nº 10.639/03 para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira e indígena. Brasília: Presidência da República, [2008]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 26 de mar. de 2025.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.

BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Presidência da República, [1996]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 12 mar. 2023.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 5. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011. p.171-193.

CARVALHO, Aline César. Princesas, guerreiras e revolucionárias: repensando padrões de gênero e discutindo identidades por meio da literatura infantojuvenil, 2020. Dissertação (Mestrado em Literatura e Cultura) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.

COSTA, Maria Rosane Alves da. Imaginário, princesas negras e literatura infantojuvenil: por uma educação literária antirracista no 6º ano do ensino fundamental. 2020. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade de Pernambuco, Garanhuns, 2020.

DERRIDA, Jacques. Deconstruction and theother: an interview with Richard Kearney. In: KEARNEY, R. (org.). Debates in continental philosophy: conversations with contemporary thinkers. New York: Fordh University Press, 2004a. p. 139-156.

FERREIRA, Sinara Rúbia. Letramento de inspiração Griô: contação de histórias e literatura infantojuvenil negra por uma educação antirracista. 2022. Dissertação (Mestrado em Relações Étnico-Raciais) – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Rio de Janeiro, 2022.

MAINGUENEAU, Dominique. Novas tendências em análise do discurso. 2. ed. Campinas: Pontes, 1993.

MARIOSA, Gilmara Santos; REIS, Maria da Glória. A influência da literatura infantil afro-brasileira na construção das identidades das crianças. Est. Literária, v.8, p.42-53, dez. 2011. Disponível em: https://www.uel.br/pos/letras/EL/vagao/EL8AArt06.pdf . Acesso em: 05 dez. 2022.

MEYER, Dagmar Estermann; PARAISO, Marlucy Alves (orgs.). Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação. 2. ed. Belo Horizonte: Mazza, 2012.

MOREIRA, Antonio Flávio; CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2013.

PAROLIN, Isabel Hierro. Professores formadores: a relação entre a família, a escola e a aprendizagem. Curitiba: Positivo, 2005.

PAULO, Taís Fernandes; VIEIRA, Leonardo. Racismo na obra lobatiana: uma análise do livro "Caçadas de Pedrinho". Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 10, 2023. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/10/racismo-na-obra-lobatiana-uma-analise-do-livro-cacadas-de-pedrinho. Acesso: 05 jun. 2024.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 342.

RAMPAZZO, Alexandre. A cor de Coraline. Rio de Janeiro: Rocquinho, 2017.

RUSSO, Araceli Simão Gimenes. Literatura infantil e formação do leitor: em busca de uma subjetividade antirracista. 2023. Dissertação (Mestrado em Ciências e Letras) - Universidade Estadual Paulista, Assis, 2023.

SANTOS, Antônio Bispo dos. A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu, 2023.

SILVA, Ingrid. A bailarina que pintava suas sapatilhas. Rio de janeiro: Globinho, 2023.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidades terminais: as transformações na política da pedagogia e na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes, 1996.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

SOUZA, Fernanda Costa e. A literatura afro-brasileira para infância: de mulheres para meninas. 2022. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/235773. Acesso em: 12 nov. 2023.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

THIÉL, Janice. A literatura dos povos indígenas e a formação do leitor multicultural. Educação & Realidade, Porto Alegre, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/PJsZ4S3tMLKBmyJ83VKXcQg/?format=pdf . Acesso em: 15 abr. 2023.

VEIGA-NETO, Alfredo. De geometrias, currículo e diferenças. Educação & Sociedade, v. 23, n. 79, p.163-186, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/t4HbTMmJ4tHrJMV8xNQXMvm/abstract/?lang=pt . Acesso em: 10 out. 2023.

WALSH, Catherine. Interculturalidad crítica y pedagogia de-colonial: apuestas (des)de elin-surgir, re-existir e re-vivir. Entre Palabras, Quito, v. 3, p. 1-29, 2009. Disponível em: https://educacaoonline.edu.puc-rio.br/index.php/eduonline/article/view/1802/561 . Acesso em: 14 mar. 2023.

WILLIAMS, Raymond. The longrevolution. Harmondsworth: Penguin Books, 1984.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações filosóficas. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

ZILBERMAN, Regina Introduzindo a literatura infanto juvenil. Perspectiva, v. 2, n. 4, 1985. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/10106. Acesso em: 13 mar. 2023.